Você nunca está preparada para a perda repentina de um ator querido. Por isso foi com um choque imenso que ouvi a notícia da morte do ator hoje. Ainda na semana passada assisti um de seus últimos filmes, Uma Nova Chance para Amar, programado para estrear no cinema em setembro. Ele tinha 63 anos e há vários anos lutava contra dependência química e depressão. Há a suspeita de suicídio através de asfixia. Pode ser mais triste?
Ele tinha acabado de assinar contrato para reprisar um de seus personagens mais famosos, a Babá quase Perfeita. E deixou finalizado Uma Noite no Museu 3, programado para estrear nos cinemas brasileiros em 1° de janeiro de 2015. A Fox, estúdio que produziu o filme, soltou este belo comunicado: “Realmente não existem palavras para descrever a perda de Robin Williams. Ele era imensamente talentoso, um membro querido de nossa comunidade, e parte da família Fox. Nossos corações estão com a família, os amigos e os fãs. Sentiremos muito a sua falta!”
Ele começou sua carreira em clubes de comédia. Depois de uma participação na série Happy Days como o personagem Mork. Ele fez tanto sucesso que logo conseguiu sua própria série, Mork and Mindy, que contava a história de um alienígena maluco que chega à Terra para estudar a vida de seus habitantes. A vida da mulher que o ajuda, Mindy (Pam Dawber), nunca mais será a mesma. Quando a série terminou, fez vários filmes com belas atuações como O Mundo Segundo Garp (1982) e Moscou em Nova York (1984). Até que Bom Dia, Vietnã (1987) aconteceu em sua carreira lhe proporcionando uma indicação ao Oscar numa das mais energéticas interpretações que já vi.
Bom dia Vietnã abriu caminho para uma série de performances antológicas. John Keating (“Oh, Captain, my Captain!”) em Sociedade dos Poetas Mortos (1989). O Dr. Malcom Swyer no belo Tempo de Despertar, ao lado de Robert DeNiro. Parry no inesquecível O Pescador de Ilusões (1991) – Adoro esse filme!.
Outro momento divisor de águas em sua carreira foi sua participação no desenho Aladim, da Disney. Até então não era comum ter grandes astros dublando desenhos. Mas quando Robin deu voz ao Gênio da Lâmpada numa atuação inesquecível, tudo mudou. O desenho foi um enooorme sucesso de bilheteria. Novos triunfos junto ao público se seguiram. Uma Babá quase Perfeita (1993), Jumanji (1995), a refilmagem The Birdcage – A Gaiola dasLoucas (1996). Todos tão divertidos!
Em 1997, o grande desafio de filmar com dois jovens talentos chamados Matt Damon e Ben Affleck rendeu frutos. Como Sean Maguire, ele ganhou finalmente o Oscar, como coadjuvante com O Gênio Indomável. Brilhante e tocante! Gosto muito também de seus dois filmes dramáticos que se seguiram: Amor Além da Vida e Patch Adams – O Amor é Contagioso, ambos de 1998.
A partir daí, sua carreira começou a perder fôlego, apesar de duas excelentes atuação em filmes com personagens obcecados e muito diferentes do que ele já havia feito antes, Retratos de uma Obsessão e Insônia, lançados em 2002.Para cada sucesso, como Happy Feet: O Pinguim (2006) e Uma Noite no Museu (2006), viriam vários fracassos como Morra Smoochy, Morra (2002) e Candidato Aloprado (2006).
Ele voltou a fazer então um show de comédia, Robin Williams Live, que lhe valeu um Grammy e foi também homenageado na festa do Globo de Ouro de 2005 com o prêmio Cecil B. deMile, entregue pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, por sua carreira no cinema. Mas bons papéis começaram a ficar mais difíceis. Então, em 2013, ele resolveu voltar à TV, para estrelar The Crazy Ones ao lado de Sarah Michelle Gellar. Infelizmente, apesar de divertida, a série foi cancelada após uma única temporada.
Uma vez, Robin foi entrevistado por James Lipton para o Inside Actor´s Studio. Na ocasião, foi perguntado o que ele gostaria que Deus lhe dissesse quando chegasse ao céu. Ele respondeu “Há um lugar na frente para o concerto de Wolfgang Amadeus Mozart e Elvis Presley!”
Bem, todos nós esperamos que assim seja !
alfie
12 de agosto de 2014 às 12:52 pm
Texto brilhante, comovente. Como comovente foi Robin Williams.