Os americanos usam muito essa expressão. Guilty pleasure ou prazer com culpa. São aquelas coisas que você quase não tem coragem de admitir para os amigos que você gosta. Você sabe que não é “cool”. E que quando você finalmente diz que gosta (de Glee,por exemplo, rs), as pessoas olham pra você como se tivesse uma melancia pendurada no pescoço. Todo mundo tem algo assim certo? Seja uma música, roupa, novela, série de TV e principalmente filmes. Quando eles têm músicas, a coisa fica ainda pior.
Agora listei alguns dos meus guilty pleasures de filmes com música, não necessariamente musicais. Você tem algum assim?
Paixões Violentas – Against All Odds
A produção de 1984 tinha como maior chamariz a canção de Phil Collins. Como filme era meio fraquinho mas a química entre Jeff Bridges e Rachel Ward era o máximo. Ele era um ex-jogador de futebol americano contratado por um gangster (James Woods) para encontrar a namorada que fugiu (Ward). A bela cena final com a música de Phil Collins é inesquecível…
Golpe Sujo – Foul Play
Pouca gente se lembra dessa muito divertida comédia policial estrelada por Goldie Hawn e Chevy Chase em 1978. Mas para mim é uma das melhores já feitas na história do cinema. Na época a canção-tema, Ready to take a chance again, de Barry Manilow foi inclusive indicada ao Oscar. É engraçado dizer que ela nem combina muito com o filme, quando é tocada durante os créditos iniciais. Mas é tão bonita e o filme é tão bom…Mas experimente ver a reação da maioria das pessoas quando você fala bem de Barry Manilow…
No Ritmo da dança – Dance with me
Foi a primeira tentativa do cantor Chayenne como ator no cinema americano. E não deu certo apesar dele ser até correto como ator, além de charmoso. O filme é até bobinho mas muito gostoso de assistir. E tem uma cena que adoro. Separados, Rafael(Chayenne) e Ruby (vanessa Williams, lindíssima) se reencontram no concurso nacional de dança. Ela está com seu ex, mas ainda é apaixonada por ele. Durante a apresentação, toca a bela música Eres Todo en Mi, com Ana Gabriel.
O Casamento do meu Melhor Amigo – My Best Friend´s Wedding
Julia Roberts está luminosa como a amiga que descobre que tem que impedir o casamento de seu melhor amigo porque acha que ele tem que ficar com ela. Para conseguir atingir seu objetivo , ela conta com a ajuda de seu outro melhor amigo, este gay, que se faz passar pelo namorado dela. Rupert Everett concorreu ao Globo de Ouro e ao BAFTA por este papel. A sua interpretação de I Say a Little Prayer, de Burt Bacharach, junto com todos no restaurante é impagável. preste atenção e veja Carrie Preston (de True Blood) como uma das irmãs floridas.
Mudança de Hábito – Sister Act
Depois de ganhar seu Oscar de coadjuvante por Ghost – Do Outro Lado da Vida, Whoopi Goldberg estrelou nesta comédia que foi um enorme sucesso de bilheteria. Ela era uma cantora que, para fugir de seu ex-namorado gangster, se faz passar por freira. E aproveita e monta um coral que vai fazer uma apresentação muito importante. O número I will Follow You é muito bom e Whoopi está divertidíssima (foi indicada para o Globo de Ouro). Mais tarde, o filme foi transformado em um musical da Broadway e foi novamente um enorme sucesso.
10 Coisas que Odeio em Você – 10 things I hate about you
Esse foi o filme que transformou Heath Ledger em astro. Ótimo como um Petrucchio adolescente e moderno, ele brilha no número musical Can´t Take my Eyes off of You para sua Catarina/ Kate (Julia Stiles ). E do outro lado da tela, todas as meninas suspiraram. O filme é uma delícia.
Dirty Dancing – Dirty Dancing – Ritmo Quente
O filme sempre foi imensamente popular desde seu lançamento. Patrick Swayze e Jennifer Grey eram um casal que se conhece numa colônia de férias. Mas ele trabalha lá e a família dela ainda a julga uma menininha. Ele a ensina a dançar e ela obviamente se apaixona. Quando vai tirá-la para dançar, ele diz a frase clássica: Ninguém coloca Baby num canto. E juntos dançam ( I´ve had) The Time of my Life, vencedora do Oscar.
O Guarda-Costas – The Bodyguard
O filme de 1992 e foi um enorme sucesso bilheteria. Sua trilha sonora também bateu todos os recordes de vendas da época. Estrelado por Whitney Houston como uma estrela que contrata um guarda-costas (Kevin Costner) para protegê-la depois de receber ameaças de morte. E os dois, é claro, se apaixonam. I will Always Love You, escrita por Dolly Parton, é o tema da cena final.
Grease -Grease – Nos Tempos da Brilhantina
Mais Guilty Pleasure, impossível. You´re the one that I want é uma das canções mais icônicas do filme ( e da peça em que foi baseado), cantada por John Travolta e Olivia Newton-John. O filme de 1978 foi durante anos o musical de maior bilheteria do cinema. Só recentemente Mamma Mia o ultrapassou.
Rodrigo Cardoso
7 de abril de 2014 às 2:10 am
Estou com você em quase todos esses, menos O Guarda-Costas. Revi recentemente e ficou mais claro que o filme é ruim mesmo, todas as indicações ao framboesas foram merecidas. Por outro lado, as músicas são ótimas, super justificável o Grammy de álbum do ano.
Liliane Coelho
7 de abril de 2014 às 2:43 am
Ótima lista! Só acrescentaria Ghost, Uma Linda Mulher e, talvez, Dança comigo.
Dani Ferrera
7 de abril de 2014 às 2:05 pm
Xanadu!
alguns torcem o nariz para esse clássico mas eu simplesmente amoooo.
direção de Robert Greenwald com elenco dos sonhos
Olivia Newton-John,Michael Beck e Gene Kelly roubando a cena em vários numeros musicais.
Kitsch? maybe , mas adoroooooo
Neia F bredariol
7 de abril de 2014 às 4:55 pm
Concordo com você. Preciso rever alguns.
alfie
7 de abril de 2014 às 7:03 pm
Não tenho a menor culpa em admitir filmes que eu gosto, mesmo que não agrade os críticos que, geralmente, só gostam (ou fingem gostar) de filme cabeça. Dessa tua lista adoro Grease e o divertidíssimo Golpe Sujo, e gosto muito de O casamento do meu melhor amigo, Dirty Dancing e do menosprezado No ritmo da dança. Tinha esquecido dele, me deu vontade de rever
Liliane Coelho
8 de abril de 2014 às 12:32 am
Alfie, não vamos cair em clichês, certo? Não tem que ser necessariamente cabeça, tem que ser bem realizado. Capitão América II, por exemplo, estar com uma ótima recepção.
alfie
9 de abril de 2014 às 4:41 pm
Não cai em clichê, Liliane, apontei um clichê, o dos críticos que, em maior parte só gostam ou elogiam filmes cabeça e despreza filmes de consumo,. O que importa é ser bem realizado, claro. Tanto pode ser um romance tipo Ghost como uma aventura fantasioso como ET que amo de paixão, assim como amo de paixão Morangos Silvestres, de Bergman..
Liliane Coelho
9 de abril de 2014 às 7:13 pm
Justamente por isso que disse que você caiu num clichê, num estereotipo pré-concebido. Vários filmes comerciais são muito elogiados. Exemplo claro disso é Gravidade, Avatar, Senho dos Anéis, A Origem, etc. O que não faria sentido é elogiar mal-entretedimento. O que eu quero dizer é que – acredito eu – a proposta de uma análise de um filme não é dizer que ele “é artístico” ou “pipoca” e, sim, qual é sua proposta, sua abordagens, seus significados, a trajetória dos envolvidos e o contexto, etc. Isso independente do gênero ou do público que o filme pretende atingir.
Rodrigo Cardoso
9 de abril de 2014 às 7:17 pm
Amo Bergman e amo Spielberg, ambos são para pessoas e possuem gêneros diferentes, mas não é por isso que serão mau falados. Há espaço para a diversidade, a própria Eliane é um exemplo disso.
Eduardo Pepe
8 de abril de 2014 às 12:42 am
Não precisa ser maniqueísta.