Ainda faltam alguns filmes do Oscar para assistir. Verei Lion- Uma Jornada para Casa na próxima sexta e ainda não se sabe quando Fences será exibido. Mas até agora, com a exceção de La La Land: Cantando Estações, que está um degrau acima de todos, o meu preferido seguinte é este drama de guerra dirigido por Mel Gibson: Até o Último Homem, que chega aos cinemas esta semana. O filme recebeu seis indicações: Filme, Diretor, Ator , Edição, Mixagem de Som e Edição de Som. Mel, mesmo com todos os seus problemas pessoais (e com Hollywood) sempre foi um diretor estupendo. Você pode até não gostar do seu estilo, ou de suas escolhas de tema, mas com certeza, nunca vai ficar indiferente, e sempre vai reconhecer um trabalho de qualidade.
Não é diferente com Até o último Homem. Como em seus outros filmes, Mel descreve aqui a determinação de um homem para defender aquilo em que acredita. Não é diferente de O Homem sem Face, Coração Valente, A Paixão de Cristo e Apocalipto. Até o Último Homem é a extraordinária história verdadeira de Desmond Doss que, durante a Batalha de Okinawa , uma das mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial, salvou 75 homens sem disparar ou sequer carregar uma arma. Ele foi o único soldado norte-americano a lutar nas trincheiras do front daquela guerra sem uma arma – já que embora acreditasse que a guerra poderia se justificar, matar era simplesmente errado. Como paramédico do exército, Doss, sozinho, carregou os soldados feridos nas linhas inimigas, enfrentou fogo cruzado, foi atingido por uma granada e por atiradores. Desmond Doos foi o primeiro Opositor Consciente do belicismo, e foi condecorado com a Medalha de Honra do Congresso.
Se não fosse verdadeira, a história seria muito absurda.O próprio Mel, disse que quando a ouviu pela primeira vez, “fiquei espantado com a extensão de seu sacrifício. Estava ali um homem que, da maneira mais pura, altruísta e quase insconsciente, arriscou vezes e mais vezes a sua própria vida para salvar a vida de seus companheiros. “ Mel viu ali a oportunidade de “ iluminar e revelar um herói esquecido”. O mais difícil seria achar alguém que desse credibilidade a tudo isso. Segundo o produtor, Bill Mechanic, “mesmo que o ator fosse um Superman com o físico de um The Rock, ainda assim não seria possível acreditar que essa pessoa poderia fazer o que Desmond fez. Era preciso algo mais para que Desmond tivesse credibilidade à frente de tudo o que fez, e Andrew Garfield trouxe isso para o personagem”.
Eu nunca poderia imaginar Andrew Garfield, o Homem-Aranha, num papel como esse. Mas ele se supera. Até o momento – ainda não vi Denzel Washington em Fences – não encontrei ator algum que fosse comparável à sua atuação doce e poderosa. Comparar Andrew com a canastrice de Casey Affleck (em Manchester à Beira-mar) é uma heresia.
A reconstituição de época, as cenas da batalha, que dura muito, mas você não sente o tempo passar, as cenas de amor entre Doss e sua namorada ( Teresa Palmer) são perfeitamente críveis e intensas. É claro que a Academia não vai premiar Mel, depois de todos os escândalos pessoais em que ele se envolveu. E afinal, é o ano de La La Land, mas Até o Último Homem não faz feio na comparação, e é um filme de guerra diferente, que você não deve perder. É impossível não se emocionar com essa história tão improvável e apaixonante!