Não é segredo para ninguém que me acompanha por aqui que eu adoro um musical. Mas, já tinha visto tantas vezes o trailer de Better Man – A História de Robbie Williams, que fui de má vontade para o cinema. Que bom que fui mesmo assim, porque o filme é ótimo, dramático e divertido nos tons certos. E até a história dele ser um macaco acaba sendo um ponto de vista interessante. No final, até me emocionei, exatamente como em Bohemian Rhapsody.
Better Man conta a história da ascensão, queda e a ressurreição inesperada do cantor, que hoje é consagrado como um dos artistas britânicos mais vendidos de todos os tempos. Através de um novo foco nos altos e baixos da fama, desde sua relação conturbada com o pai fã de Frank Sinatra, até sua entrada na Boy Band Take That. A história está repleta de versões reinventadas dos êxitos musicais e das atuações icónicas de Williams, sempre parecendo pronto a explodir a qualquer momento.
O que achei?
A história do macaco é a seguinte, o diretor Michael Gracey queria mostrar Robbie como ele se vê, ou alguém que fazia macaquices para o público . Michael disse em várias ocasiões que queria muito mostrar essa relação conflituosa com o fato de ser uma celebridade, e também sua compulsão por se apresentar num palco. Foi uma jogada arriscada, que a princípio choca um pouco, mas que ao final funciona perfeitamente.
A história de Robbie é uma daquelas que a gente já viu um monte de vezes. Robbie tinha uma relação complicada com o pai, adorava a avó, e muito talento. Consegue sua grande chance, faz um enorme sucesso. Só que ele acaba se perdendo no meio do caminho, perdendo seu grande amor, até se recuperar, e encontrar a redenção. As drogas, como sempre, estão presentes nessa história. A história não é nada original, apesar de verdadeira, mas a forma moderna e cheia de vitalidade de contar é que faz a diferença. Confesso que até assistir ao filme, eu não tinha ideia de quantas músicas de Robbie Williams são tão conhecidas e que fazem parte de nossas vidas.
E ainda…
O filme é narrado por Robbie Williams. Jonno Davies faz o papel dele naquele esquema de captura de movimento que a gente já viu Andy Serkins usar em vários filmes. E as cenas de shows, ou musicais dos mais diversos estilos é o que mais conquista. Há o romântico, o anárquico, e especialmente a cena da dança na rua – simplesmente sensacional. Mas, já aviso, vai ser impossível você não se emocionar com o número final de My Way. Confesso que chorei.
Eu já tinha gostado muito de O rei do Show, trabalho anterior de Michael Gracey na direção. Mas confesso que esse espírito totalmente anárquico e cheio de referências de Better Man me conquistou totalmente .
