São poucas as bandas de rock que admiro incondicionalmente. Na verdade, só há uma: o Queen. Ainda era menina quando eles fizeram um show famoso em São Paulo, no Morumbi, e é claro que minha mãe não me deixou ir. Pena! Mas, levando tudo isso em conta, estava muito curiosa para ver Bohemian Rhapsody, que estreia essa semana nos cinemas por aqui. Fui com um pé atrás, por todos os problemas pelo quais a produção passou. Entre elas, a dispensa de Sacha Baron Cohen, que faria o papel de Freddie, e do diretor Bryan Singer. Todas as brigas de bastidores não se refletem na frente das câmeras. Bohemian Rhapsody é um belo filme. E para dizer mais, me deixou muito emocionada em sua sequência final.
O filme mostra o início da história do grupo, quando Freddie se juntou a Brian May e Roger Taylor (John Deacon veio logo depois). Continua com o sucesso da banda através de suas canções icônicas e som revolucionário, até a quase implosão quando o estilo de vida de Mercury saiu do controle. Também finalmente há o reencontro triunfal na véspera do Live Aid. Na época, Freddie, já enfrentava uma doença fatal, e voltou a comandar a banda em uma das maiores apresentações da história do rock. Além da carreira da banda, o filme também aborda o primeiro amor de Freddie com Mary, e sua relação de família com os três companheiros de banda. Ele também mostra os vários homens que passaram por toda a sua vida.
Obviamente, as músicas do Queen levantam qualquer filme. E aqui, há momentos incríveis, como por exemplo, as cenas da criação de We will rock you, Love of my life, além, é claro, de Bohemian Rhapsody. Aliás, aqui tem uma brincadeira com os fãs. Ele está quase irreconhecível, mas quem faz Ray Foster, o dono da gravadora que recusa lançar Bohemian Rhapsody, dizendo que os adolescentes não gostariam de uma música de seis minutos, é Mike Myers. Para quem não se lembra, foi o mesmo Mike Myers que fez um adolescente que adora a música em uma cena clássica de Quanto mais idiota, melhor. Lembra?
No elenco, há outras várias figuras conhecidas. Joe Mazzello (ótimo como John Deacon) deve ser lembrado como o garotinho do primeiro Jurassic Park. Lucy Boynton (Mary) foi vista recentemente bem diferente em Gypsy. Allen Leech ( Paul) está bem diferente do motorista Tom Branson de Downton Abbey. Aidan Gillen (o agente John Reid) é o Littlefinger de Game of Thrones. Eu conheço pouco o trabalho de Gwilym Lee, de séries britânicas como Jamestown e Midsomer Murders, mas ele brilha muito como o contido Brian May.
E, é claro, tem o trabalho superlativo de Rami Malek como Freddie . Deve lhe dar uma indicação na Temporada de Premiações. Alguns podem argumentar que Rami exagera no maneirismos. Mas, na verdade, Freddie era exagerado por natureza. Até sua voz foi usada em algumas músicas do filme. Em entrevista ao jornal Metro, o próprio Rami declarou, ” é uma junção de algumas vozes. Mas, predominantemente, é minha esperança e a de todos que nós iremos ouvir o máximo possível de Freddie. Creio que é um objetivo para todos nós. ” Segundo a Rolling Stone, a maior parte da voz é de Freddie e também de um cantor canadense chamado Marc Martell, que tem uma voz muito parecida com a do líder do Queen.
Independente disso, você “sente” Freddie em todas as músicas. Na parte final do filme, quando é mostrado o show do Live Aid, com os grandes sucessos da banda, é impossível não se emocionar. É forte, triste e uma grande homenagem a uma das mais belas vozes da história.
Abaixo, Freddie no Live Aid. Depois de assistir o filme, faça a comparação. Muito parecido. Muito bom!