Clint Eastwood é um assombro. Aos 91 anos não para de trabalhar. Recentemente, inclusive, deu uma entrevista para a revista Parade, dizendo que não pretende se aposentar. “Estou sempre pensando no próximo filme que quero fazer. Ainda amo pegar a ideia de alguém, um livro ou uma peça, e desenvolvê-la da minha forma. Talvez algumas outras pessoas gostem de fazer um par de filmes e depois se aposentar. E isso é ótimo. Talvez elas tenham alguma outra coisa para fazer. Eu não tenho. Amo filmes, e amo fazê-los”. Estreou hoje nos cinemas seu último trabalho, Cry Macho: O Caminho para a Redenção. Nele, além de atuar, Clint também é diretor e produtor.
No filme, ele é Mike Milo, um ex-astro de rodeio e criador de cavalos fracassado. Ele aceita uma proposta de trabalho de um ex-chefe para trazer o jovem filho desse homem de volta do México para casa. Só que claro que há muitos problemas no caminho de volta para o Texas. E essa dupla improvável enfrenta uma jornada inesperadamente desafiadora. Nela, o cavaleiro cansado do mundo encontra conexões inesperadas e seu próprio senso de redenção.
A crítica
O filme é baseado no best-seller de N. Richard Nash, escrito em 1975. Parte de um princípio que já foi usado à exaustão no cinema. O do homem desiludido que, graças à convivência com um jovem durante uma viagem, redescobre seus sentimentos. Até Liam Neeson passou por uma dessas recentemente em Na Mira do Perigo (disponível no Telecine). Cry Macho demora para começar. Os primeiros 20 minutos parecem iguais a tantos outros. Mas depois disso, Clint começa a mostrar seu talento como diretor envolvendo sua audiência.
Mas, por incrível que pareça, o maior problema do filme acaba sendo o Clint Eastwood ator. Veja bem ,por mais que esteja bem para sua idade, Clint é um senhor de 90 anos. O personagem de Mike deveria ter por voltas dos seus 65 para aguentar o tranco de uma missão como essa. Isso implica, subir vales, caminhar por horas, dar um soco no vilão. E mesmo ser atraente para uma mulher de seus 40 e poucos que está determinada a levá-lo para a cama.
O melhor da história é quando Mike e o garoto (o bom Eduardo Minett) chegam a uma cidade pequena. Aqui é onde ele realmente envolve com as cenas simples que providenciam a redenção para o cowboy e para o garoto. Essa parte vale o filme. Ah, e sem esquecer o galinho Macho, que é o grande herói da história, rsrs.