Talvez a maioria das pessoas hoje não saiba quem foi Errol Flynn. Mas nos anos 30 e 40, ele era o herói dos filmes de capa e espada, muito populares naquela época. Foi também Robin Hood, no filme mais definitivo sobre o herói até Kevin Costner aparecer. Só que fora das telas, Errol era um reconhecido “cafa”, que bebia muito e tinha muitas mulheres. Ele morreu em 1959, nos braços de uma adolescente loura, com quem estava nos últimos anos, e com quem fez seu último filme, Cuban Rebel Girls.
Esses últimos tempos de sua vida e seu relacionamento com a jovem atriz Beverly Aadland (e a mãe dela) é o tema do filme A Última Aventura de Robin Hood, lançado diretamente em DVD. Para quem gosta de clássicos e tem interesse sobre os bastidores da vida desses loucos astros de cinema da era de ouro de Hollywood, é um prato cheio. Ele conta em detalhes como Errol e Beverly Aadland se conheceram no estúdio. Ela trabalhava como extra depois de ter falsificado sua idade (dizia que tinha 18, mas na verdade tinha 15) com a aprovação da mãe. Esta, Florence Aadland, era mais uma daquelas loucas que existiam aos montes nessa época, que faziam qualquer coisa para que suas filhas se tornassem estrelas de cinema, um desejo que, na maioria das vezes, era delas.
O filme mostra este relacionamento destas três pessoas, claramente infelizes e perdidas no meio da loucura de Hollywood, até a morte de Flynn. Um detalhe interessante me chamou a atenção: uma conversa entre Flynn e Stanley Kubrick, onde fica claro que Flynn era o escolhido para interpretar o papel do padrasto em Lolita (que depois foi feito por James Mason). E ele queria que Beverly fizesse o papel principal. Mas como ela era obviamente fraca como atriz, a exigência não deu certo e ele também abandonou o projeto. Foi então fazer Cuban Rebel Girls, uma coisa horrorosa e panfletária, que acabou sendo seu último filme.
Um dos pontos fortes de A Última Aventura de Robin Hood é o seu elenco. Dakota Fanning faz de Beverly uma jovem aparentemente muito mais fascinada por Flynn do que por sua possível carreira de estrela. Também lhe confere uma dignidade que eu realmente não esperava ver. Apesar de 17 anos mais velho do que Flynn tinha na época que morreu, Kevin Kline está perfeito. Flynn estava parecendo muito mais do que seus 50 anos, graças a vida louca que levava. Então, funciona perfeitamente, ainda mais que Kline é sempre ótimo. Mas quem tem mais chances é Susan Sarandon como a mãe louca. Ela poderia ter seguido um caminho histérico em sua interpretação, mas se contém, o que deixa tudo ainda mais triste e verdadeiro.
É difícil saber o que é verdade e o que é fantasia no relacionamento destes três, mas o filme dá mais uma demonstração de como a maioria destes grandes astros era infeliz, apesar de toda a fama e fortuna. Uma pena!
luiz bovo
12 de outubro de 2016 às 3:41 pm
Este filme maravilhoso ,nunca filme igual gostei muito.