De vez em quando você vai ao cinema sem esperar coisa alguma do filme. Afinal você não leu nada sobre ele, tem bons atores, mas ninguém muito especial. E então, as luzes da sala se apagam e a magia começa. E você fica totalmente envolvida por uma história linda, emocionante, divertida, que fala sobre amizade, amor, preconceito e felicidade. Foi o que aconteceu comigo na sessão para a imprensa de Little Boy: Além do Impossível, que estreou hoje (10) exclusivamente em salas da rede Cinépolis no Brasil. Lindo, já está na minha lista dos melhores do ano!
Dirigido pelo premiado diretor mexicano Alejandro Monteverde, o filme se passa nos anos 40 em uma cidade pequena dos Estados Unidos, onde vivia o pequeno Pepper, ou Little Boy, como todos o chamavam de 8 anos. Ele é alvo constante de brincadeiras (e bullying mesmo) de outras crianças devido a sua baixa estatura. Seu único amigo é o pai, James. Só que a vida de Little Boy vira de cabeça para baixo quando seu pai vai para a Guerra e ele perde o seu grande parceiro de emoções, brincadeiras e o amor pelos quadrinhos. Em conversa com o padre local, Little Boy passa a acreditar que poderá trazer seu pai de volta se fizer todas as tarefas de uma antiga (e mágica) lista. Enquanto começa uma amizade com um senhor japonês hostilizado por todos, Little Boy fará todo o possível para trazer seu pai, mas no meio disso tudo aprenderá muito mais sobre ter fé em si mesmo e o valor da amizade.
O mais incrível dessa história é como o diretor manipula as emoções da audiência, alternando risadas e choro. Confesso que saí com a cara inchada do cinema. E isso se deve muito ao talento e a graça do garoto Jakob Salvati, que é uma das crianças mais adoráveis que já vi no cinema. Verdade! E diz a lenda que mais de 1000 garotos foram testados para o papel. A mãe de Jakob teria levado o menino somente para acompanhar o irmão, Joshua, que ia fazer o teste. Mas o diretor Alejandro Monteverde viu o menino brincando e conversando nos bastidores e acabou escolhendo-o para o papel. Aviso: já saiba que você vai sair do cinema com uma vontade irremediável de agarrar e apertar o garoto (rs). É mais um Jakob para acompanhar (o outro é Jacob Tremblay de O Quarto de Jack).
Mas é claro que a história também conquista. Anteriormente o cinema pouco falou sobre a situação de japoneses que moravam nos Estados Unidos na época da guerra, após o ataque a Pearl Harbour. Aqui, toda a situação do Sr. Hashimoto (feito de maneira tão bonita pelo veterano de tantos filmes e séries Cary Hiroyuki Tagawa) também nos faz sentir mais uma vez o poder da injustiça que os conflitos trazem.
Mas não é só ele. O elenco é de primeira. Tom Wilkinson está ótimo como o padre que fica sem ação com todas as coisas que acontecem com seus paroquianos. Emily Watson e Michael Rapaport emocionam como os pais tão amorosos de Little Boy. Ben Chaplin faz uma divertida participação especial como o herói dos quadrinhos e do cinema, Ben Eagle. E até Kevin James sai de sua zona de conforto como o médico local, apaixonado pela mãe de Little Boy. Diz a lenda (de novo) que ele teria participado de graça do filme por ter gostado tanto da história.
Ou seja, se você chegou ao fim deste texto, tem que ir correndo ver o filme, né? É muuuito lindo!!