Eu confesso que tenho um pouco de problema em seguir roteiros que abordam DR’s infindáveis. Não tenho muita paciência com isso. E Crônica de uma Relação Passageira, que estreia nessa quinta nos cinemas, é bem isso. Ou melhor, é a discussão sobre não discutir a relação. Rsrsrs, eles falam, falam e falam! O filme francês foi destaque da Seleção Oficial Festival de Cannes e também na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Durante uma festa, Charlotte, uma mãe solteira, conhece Simon, um homem casado. Este novo casal concorda em se ver apenas por diversão, sem vivenciar nada além. Porém, essa relação sem futuro fica perturbada quando novos sentimentos aparecem – claro né?
O que achei?
O filme tem um mix de drama e de ironia, transmite uma infelicidade constante. Simon, especialmente, tem um incrível medo de amar, de falhar. Espera que cada encontro seja o último. Já Charlotte é objetiva, vibrante. Mas ela tem uma crença – “A paixão leva ao caos e à destruição”. Assim os dois vão se encontrando uma vez por semana não só para transar, mas também para conversar sobre as coisas mais improváveis – e ilógicas, rsrs. Vou dizer que há horas que é extremamente cansativo. Mas aí acontece o encontro final. E é tocante, romântico, verdadeiro. Tudo que eles esconderam durante o filme inteiro vem à tona nos 10 minutos finais. E tem uma resolução que você pode interpretar do jeito que quiser, dependendo de como vê a vida. Eu, como romântica incurável, tenho minha escolha.
Sandrine Kiberlain e Vincent Macagaine estão ótimos. Percebe-se que tem uma memória excelente para seguir um roteiro tão contínuo sem cortes. Ambos, mas Macagaine em particular, parecem saídos de um filme antigo de Woody Allen. Mas, na verdade, só mesmo os franceses conseguem ver uma história como essa com o distanciamento prático que o roteiro oferece, rs. Já aviso que Crônica de uma Relação Passageira não é para todos os gostos. Muitos podem ficar revoltados com os caminhos desses dois. Se pelo menos eles falassem um pouco menos… Rsrs!