Quando Hugh Jackman esteve aqui no Brasil antes do carnaval para lançar Logan, conquistou todo o mundo com sua simpatia. E especialmente pelo carinho que obviamente tem pelo personagem que fez durante 17 anos e o transformou em astro. É mais um daqueles casos onde o destino realmente demonstra que sabe o que está fazendo já que Hugh não era a primeira escolha para o papel. E sim o hoje pouco visto Dougray Scott, que não pôde fazer por causa das filmagens de Missão Impossível 2 (onde ele fazia o vilão) que atrasaram. Com isso, Wolverine ganhou o seu intérprete perfeito que se despede agora em Logan, que estreia amanhã nos cinemas, de uma maneira triste mas perfeita.
Num futuro próximo, os X-Men praticamente não existem mais, e um já envelhecido Logan se esconde junto com um também doente professor Xavier na fronteira do México com os Estados Unidos. Ele sonha com um futuro tranquilo num barco em alto-mar, só que tudo se complica quando uma garotinha mutante e com os mesmos “poderes” de Logan acaba aparecendo na vida dele. E o pior, com isso atrai forças poderosas e terríveis que a estão perseguindo.
Pouco conheço sobre os quadrinhos dos X-Men, mas a história foi baseada em Old Man Logan, com algumas referências ainda de Mutant Massacre e X-23. Segundo Jackman, enquanto ele estava fazendo o press tour daquele filme horroroso, Chappie, ele gravou uma mensagem para si mesmo dizendo que gostaria que sua última aventura como Wolverine fosse um mix de Os Imperdoáveis, O Lutador e Os Brutos Também Amam. Foi o que aconteceu. Jackman chegou a dizer que queria parar de ser o personagem devido a idade e seus problemas de saúde (um câncer de pele reincidente). Mas também porque queria sair quando fosse o momento certo, enquanto as pessoas não haviam se cansado dele.
E ele conseguiu. Logan é um filme bem diferente de todos os outros do X-Men. Definitivamente não é o que conhecemos como filme de super-herói. É mais triste e mais próximo da realidade. Em alguns momentos, me lembrou Mad Max: A Estrada da Fúria, com aquele tom sem esperança realçado por um clima de deserto. De qualquer maneira, o diretor James Mangold, que já havia dirigido Jackman no fraco Wolverine: Imortal , de 2013, conseguiu aqui aquilo que sempre esperamos de um filme de Wolverine e nunca conseguimos: um filmão! Ele alterna momento dramáticos (tente não se emocionar no final), com muita ação e até alguns momentos de humor (para sorrisos, não gargalhadas).
Mas é claro que por mais que Sir Patrick Stewart, numa aparente despedida também do Professor Xavier, e a incrível menina Dafne Keen (Laura) sejam simplesmente ótimos, o filme é de Hugh Jackman. Normalmente, ele faz tudo parecer tão fácil nos mais diferentes papéis que a gente acaba esquecendo o ator incrível que ele é. Aqui, em cada olhar, em cada andar cansado, ele mostra como é fantástico. Com certeza, Logan vai deixar em você um gostinho de quero mais. Mais Hugh Jackman, mais Logan! Só que infelizmente acabou!