A ideia era muito boa! Por causa do problema da super-população no mundo, cientistas suecos fazem uma brilhante descoberta. Eles conseguem diminuir as pessoas para o tamanho de 12 centímetros. Por consequência, é possível criar comunidades inteiras, com muito menos espaço, e muito menos comida. Lançam inclusive campanhas para convencer as pessoas a entrar nesse novo mundo perfeito. Sé que a gente sabe que nada é perfeito. Esse é o princípio de Pequena Grande Vida, que estreou hoje nos cinemas, dirigido por Alexander Payne (Sideways, Nebraska), como um veículo para o astro Matt Damon.
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Matt damon, Kristen Wiig, Hong Chau e o diretor Alexander Payne na estreia do filme no Festival de Veneza
Ele interpreta um morador dos subúrbios que, junto com sua esposa, papel de Kristen Wiig, sonha com uma vida melhor. E a proposta para embarcar na aventura de diminuir de tamanho para ter mais conforto, apesar de assustadora, tem um grande apelo. Com a promessa de um estilo de vida luxuoso, inimaginável nos sonhos mais insanos, o casal decide se submeter ao controverso procedimento e embarcar em uma aventura que mudará suas vidas para sempre.
A primeira parte, até o momento da chegada ao mundo pequeno, é até interessante. Apesar de que eu não gosto de filmes onde os personagens são completamente tontos, como é o caso aqui. Entretanto, consigo entender o apelo para a condução da história. O problema, na verdade, começa quando a ação se transfere para o mundo pequeno. Tudo é sem graça, sem vida, especialmente Matt Damon. As coisas boas são as participações especiais de gente famosa como Jason Sudeikis, Neil Patrick Harris, Laura Dern, entre outros. E, é claro, Hong Chau!
O filme estreou na abertura do festival de Veneza, ou seja, a expectativa era alta para conquistar o apoio da crítica e até pensar na Temporada de Premiações. Mas, a crítica não entrou na dita sátira de Alexander Payne, a não ser pela interpretação de Hong Chau como a refugiada Ngoc Lan Tran. Ela é a melhor coisa do filme, e foi indicada ao Globo de Ouro e ao SAG’s como melhor atriz coadjuvante. Já Matt Damon faz o papel de tonto de quase sempre (Jason Bourne é uma exceção), enquanto Christoph Waltz também se repete à exaustão.
A sensação que fica ao final é que o filme foi idealizado como comédia, depois mudaram de ideia no meio do caminho, e ele acabou virando um drama ecológico. Se isso tem apelo para você, vá ao cinema. Se não, é melhor deixar para lá…
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