Quando a Disney começou refazer seus grandes clássicos, confesso que fiquei feliz. Gostei muito de Malévola e AMEI Cinderela. Mas eles não eram cópias fiéis de A Bela Adormecida e Cinderela, as animações. No caso de Mogli – O Menino Lobo, tudo era tão grandioso, de tirar o fôlego, que mesmo sendo muito similar ao desenho, não me incomodou, muito pelo contrário. Eu gosto mais do filme. E com isso, chegamos à A Bela e a Fera. Um dos mais clássicos dos desenhos da Disney, indicado ao Oscar de melhor filme, ele representava na animação algo tão romântico e vibrante como nunca tínhamos visto antes. Com o anúncio de sua transformação em filme com atores, logicamente se tornou um dos filmes mais esperados do ano. Mas o que você pode esperar de A Bela e a Fera, o filme?
A história não tem grandes diferenças da que você conhece do desenho. Belle é uma moça diferente das outras jovens de sua vila, que ao salvar seu pai, acaba prisioneira de um príncipe amaldiçoado que se transformou em fera. Ele só poderá voltar ao normal quando se apaixonar e for correspondido.
Aa produção é obviamente de tirar o fôlego: uma magnífica fotografia, uma direção de arte que mistura o gótico com o romântico, belos figurinos, isso sem falar das canções. Todas as clássicas estão lá: Beauty and the Beast, Be our guest, Something There, Gaston, Belle. Luke Evans me surpreendeu como Gaston. Está divertido, mau, e canta bem. Josh Gad também diverte muito como LeFou. Esqueça todo esse mimimi sobre o personagem ser gay. Duvido que alguém vá ficar escandalizado/chocado com os olhares lânguidos dele para Gaston. Tem situações muito mais abertas na novela.
A escolha de Dan Stevens (Downton Abbey) para ser a Fera é perfeita. Mesmo debaixo de toda aquela maquiagem/máscara, com a voz modificada por efeitos, ele sabe ser apaixonante. E prova que sabe cantar lindamente com a inédita Evermore. Esse foi o momento do filme que mais me envolveu, que me fez vibrar.
Porque na verdade, na minha opinião, apesar de lindo, faltou paixão, alma, ao filme. Inclusive na interpretação de Emma Watson, que parece enfadada com tudo aquilo. Sim, ela está linda, bem maquiada, e canta muito bem. Mas senti falta da Belle audaciosa e voluntariosa do desenho (e do musical do teatro). Mesmo ao final das cenas musicais de Be our Guest, ou o grande momento da dança de Beauty and the Beast (cantada por Emma Thompson como Mrs. Potts), nunca senti vontade de levantar e aplaudir, o que pelo menos para mim, era esperado.
É sempre muito difícil manter um distanciamento (e não comparar) quando você tem uma nova versão tão similar a um clássico tão marcante. De qualquer maneira, A Bela e a Fera é um filme bonito. O problema, pelo menos do meu ponto de vista, é que ele é só isso. E eu esperava muito mais!