Essa semana está acontecendo uma coisa nas telas de cinemas, que é muito difícil de ocorrer. Duas das estreias são filmes que reveem conceitos mais do que batidos do cinema, revitalizando dois gêneros. O primeiro é Dunkirk, com os filmes de guerra. E o segundo é Em Ritmo de Fuga, com os filmes de ação, mais especificamente aqueles com perseguições de carros. Desde filmes como Drive (segundo o diretor Edgar Wright, uma grande inspiração) Coração Selvagem, e Os Implacáveis (e em menor grau, sua refilmagem, A Fuga), que não se via nas telas um filme do gênero tão cheio de vitalidade, com uma cara moderna, e uma trilha tão simplesmente incrível.
Aqui, um talentoso piloto de fuga chamado Baby (Ansel Elgort), que faz parte de um grupo de assaltantes, é o melhor de todos no que faz. Ele não é de falar muito, e todos os seus movimentos são acompanhados pela música que ele nunca abandona. Só que quando Baby conhece a garota dos seus sonhos, Debra (Lily James), ele vê uma chance de largar a sua vida no crime e sair dela limpo. Entretanto, depois de ser coagido por um chefe do crime (Kevin Spacey), ele deve enfrentar a música que toca quando um assalto dá errado e ameaça a sua vida, o seu amor e a sua liberdade.
O diferencial do uso da música fez com que muitos até fizessem paralelos desse filme com musicais. Eu discordo. Na verdade, é um filme de ação que sabe usar muito bem sua trilha sonora para ”dar o tom de cada cena” – a melhor talvez seja o momento de Tequila!. De qualquer maneira, o filme já começa com uma cena de tirar o fôlego, mesmo antes dos créditos começarem. Depois já emenda com um plano sequência – sem cortes – que é brilhante, somente centrado em Ansel, na felicidade de Baby, e sua primeira visão da garota de seus sonhos.
Daí em diante, o filme envolve você completamente em cenas que alternam o doce, com as cenas de Baby e Debra, o emocionante, com Baby e seu pai adotivo que é surdo, o divertido – Tequila! – e, é claro a ação, a violência e a perseguição de carros. Um fator que também ajuda são as participações especiais de um elenco de dar inveja. Kevin Spacey, Jamie Foxx, Jon Bernthal, Jon Hamm, cantores como Flea e Sky Ferreira, e até o famoso compositor Paul Williams. Tudo isso dá um charme especial ao filme.
Mas é claro, que o grande triunfo é seu ator principal. Ansel Elgort faz de Baby um apaixonado apaixonante. A cada cena, ele conquista, mesmo quando está usando os óculos escuros (boa parte delas) é possível perceber o que está se passando em seus pensamentos. Ansel usa sua experiência como dançarino em duas importantes cenas, a do café no início, e a da perseguição sem carro. Também todas com a sempre ótima Lily James transmitem uma química fora do comum. É muito bom ver que depois do enorme sucesso de A Culpa é das Estrelas, ele finalmente encontrou um papel a altura de seu talento e de seu rosto de bebê que precisa ser protegido.
Eu conversei com Ansel em sua passagem pelo Brasil. Falamos, é claro, sobre o filme , mas também sobre a importância da música em sua vida. E quer saber? Ele até cantou pra mim. É claro que eu adorei! Veja no vídeo: