Mulher Maravilha era, para mim, um dos filmes mais esperados do ano. Não só porque sou fã da heroína desde menininha, quando assistia a série estrelada por Lynda Carter, e também o desenho da Liga da Justiça, como também estava curiosa para saber o que Hollywood finalmente faria com ela. Afinal, o projeto de um filme vinha sendo discutido desde os anos 90. Várias atrizes estiveram ligadas ao papel em diferentes momentos como Kate Beckinsale, Sandra Bullock, Mischa Barton, Rachel Bilson, Sarah Michelle Gellar, Angelina Jolie, Jessica Biel, Eva Green, Christina Hendricks, Kristen Stewart e Cobie Smulders. Assisti ao filme finalmente ontem, numa sessão normal para o público, depois de ver que a crítica em geral tinha amado o filme, o que por si só, é surpreendente. O que eu achei? Difícil dizer.
Quando você espera muito por um filme, a probabilidade de uma certa decepção é sempre maior. Não que o filme não seja bom, ele é eficiente, tem um roteiro inteligente, uma dupla com química e ainda faz justiça ao personagem de Steve Trevor (se ele fosse o banana que era mostrado na série, Diana nunca teria se apaixonado por ele). É também uma boa história de origem, mostrando a Mulher Maravilha desde menina, vivendo em Themyscira, uma ilha só de amazonas, ao lado de sua mãe Hipólita (Connie Nielsen) e de sua tia Antíope (Robin Wright, que tem pouco a fazer além de se mostrar atlética). Já adulta, começando a descobrir seus poderes, ela acaba salvando um soldado que caiu perto da ilha, Steve Trevor (o lindo e totalmente apaixonante Chris Pine). Ele lhe conta os horrores da 1ª Guerra Mundial, e ela decide acompanhá-lo e sair da ilha, certa que tudo é obra de Ares, o deus da guerra, a quem ela deve destruir para restaurar a paz na Terra.
Apesar de necessária, esta primeira parte é muito longa, e qualquer um que já viu filmes italianos antigos vai achar que Maciste vai aparecer a qualquer momento na ilha (rs). O filme realmente nasce no momento em que Diana salva Steve. Isso só ressalta o bem-sucedido trabalho da diretora Patty Jenkins para estabelecer essa relação. Muitos falam que Mulher Maravilha é um filme feminista. Discordo, é sim um filme sobre igualdade. Sobre uma dupla que sabe trabalhar bem junta, que não se importa que um é homem e o outro é mulher (pelo menos não na hora das lutas), que confia um no outro. A química e a relação de Steve e Diana é de iguais, coisa que pouco se vê no cinema.
Do lado positivo, além disso, também tem o humor nas horas certas, a produção de época bem cuidada, homenagem aos quadrinhos e à série, momentos de emoção (não cheguei a chorar, mas quase). Gal Gadot não é uma grande atriz, mas tem presença, charme e funciona no papel. Já Chris Pine é simplesmente maravilhoso, impossível qualquer mulher não se apaixonar pelo seu sorriso e seus olhares.
É claro que o filme tem problemas. A primeira parte mais longa do que o necessário, o sotaque das Amazonas (grego??), e o que mais me incomodou, os efeitos especiais que não têm nada de especial. Repare no início, na queda do penhasco da menina logo no início (na TV se faz bem melhor). Mas é claro que isso não vai alterar a carreira que parece ser que será de grande sucesso do filme. Talvez eu esteja sendo muito exigente. Isso acontece quando falamos de nossos ídolos. Vá em frente e assista. Ah, e não precisa esperar até o fim dos créditos, não tem cena adicional dessa vez.