Como a maioria das pessoas da minha geração, que viu o primeiro Star Wars, na época chamado Guerra na Estrelas, ainda criança, a chegada de cada um dos filmes da saga é um acontecimento. Há dois anos, a revisão de da história idealizada por J.J. Abrams resultou em Star Wars: O Despertar da Força, um filme brilhante, que eu votei como o melhor do ano. Agora, com Rian Johnson (do interessante Looper: Assassinos do Futuro) assumiu, para contar o que aconteceu depois que Rey (Daisy Ridley) encontrou Luke Skywalker (Mark Hamill) em cima de uma montanha. O filme estreia nessa quinta nos cinemas.
Enquanto Rey tenta convencer Luke a ajudar os Rebeldes na luta contra o exército do Líder Supremo Snoke (mais uma performance capturada de Andy Serkis), do outro lado do universo, Finn (John Boyega), Poe (Oscar Isaac), Lea (Carrie Fisher) e os androides lideram um grupo que está sendo atacado pelas forças comandadas pelo General Hux ( Domhnall Gleeson, que mudou seu personagem, deixando-o bem mais caricato) e, é claro por Kylo Ren (Adam Driver). Finn então decide tentar hackear o sistema de localização da nave do Império, para que seus companheiros possam fugir, no que é ajudado por Rose(Kelly Marie Tran) e, é claro, por BB8. Aliás, este último, na minha opinião, é o grande herói do filme ao lado de Luke. Se não fosse o pequeno robô salvar o dia… várias vezes…
O filme já começa com uma grande batalha no espaço, finalmente mostrando que o lindo Oscar Isaac, que foi totalmente deixado de lado em O Despertar da Força, está aqui agora para assumir sua porção Han Solo, e ser o aventureiro charmoso da história. Aliás, repare na cena entre ele e Rey no final, aquilo promete…
É difícil entrar em mais detalhes, com o perigo de entregar surpresas importantes da história, que ainda tem as participações interessantíssimas de Laura Dern, Justin Theroux e Benicio del Toro. Fora isso, o filme ainda faz homenagens, tanto trazendo de volta personagens do passado, como também em termos de estrutura e de roteiro de Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, por exemplo.
Mas é claro que o filme tem seus problemas. Tem uma grande “barriga”, ou seja, cenas onde pouco acontece que atrapalham o ritmo do filme. Com suas duas horas e meia, é o mais longo dos filmes de Star Wars. E isso é perceptível. Mas muitos estão falando que este é o melhor filme de toda a saga. Discordo! Sem contar os clássicos, que estão num outro patamar, mesmo O Despertar da Força é superior em ritmo, história e desenvolvimento dos personagens.
De qualquer maneira, Os Últimos Jedi , que chega ao cinema 40 anos depois de Star Wars: Uma Nova Esperança mudou o universo da ficção científica no cinema, é imperdível! Tem cenas ótimas, certos momentos engraçadíssimos, surpresas, bons vilões, bichinhos fofinhos (adorei os porgs – pássaros da ilha – e os vulptices – raposas de cristal). E, é claro, tem atores em estado de graça, como Daisy Ridley e especialmente Mark Hamill. Seu Luke Skywalker atormentado por escolhas difíceis e fardos pesados é simplesmente perfeito. Faz você sorrir e chorar.
O filme é dedicado à Carrie Fisher, a Princesa Leia, que morreu no final do ano passado – sua filha Billie Lourd tem um personagem de considerável importância dessa vez. Ela conseguiu finalizar todas as suas cenas, mas está difícil de imaginar como J.J. Abrams, um de meus diretores favoritos, e que volta para dirigir o Episódio 9, vai fazer com a história sem a nossa querida Princesa.