O título do filme já indica. Mulheres do Século 20 é, em sua essência, um filme para mulheres. Os homens, é claro, não irão obrigatoriamente detestar (apesar de haver essa probabilidade). A verdade é que ele é mais indicado para quem gosta de histórias intimistas, que vão se envolver com essa família fora dos padrões, que estreou esta semana nos cinemas.
A história se passa no final dos anos 70 – uma época pré-AIDS, CD’s de música (imagine downloads) e celulares. É uma história semiautobiográfica, já que muito da personagem principal é baseado na mãe do diretor Mike Mills. No filme, ela é Dorothea, vivida por Annette Bening, uma mulher separada que mora com o filho pré-adolescente, Jamie. Quando o menino começa a viver uma fase rebelde, ela pede ajuda a duas outras mulheres. Abbie (Greta Gerwig) é inquilina na casa deles e gosta de viver intensamente. Já Julie (Elle Fanning) é a melhor amiga do menino, e é dois anos mais velha que ele. Nesse pequeno mundo ainda há William (Billy Crudup), outro inquilino da casa.
O filme é uma produção pequena que obviamente não almeja grandes números de bilheteria. É poético e emocionante, sem esquecer os momentos divertidos. Fala sobre relacionamentos, sobre momentos de mudança, próprios de cada uma das faixas etárias dos personagens. Todos no elenco estão bem. O garoto Lucas Jade Zumann é uma boa descoberta, mas é claro que com um papel tão forte nas mãos, é Annette Bening quem faz a festa. Ela tem uma atuação corajosa e sem pudores, inclusive com closes inclementes que mostram bem a sua idade. Ela foi indicada ao Globo de Ouro.
No final, o que fica de Mulheres do Século 20 é a sensação de um momento bom passado junto com uma família improvável, que se diverte, se ama, mas pouco se entende. Como tantas…