Eu sou uma grande fã de Star Wars. Especialmente da trilogia original e de O Despertar da Força. Desde garotinha, meu personagem favorito sempre foi Han Solo, feito com um charme meio cafa incrível por Harrison Ford. A ideia de fazer um filme sobre como ele chegou a ser aquele cara que lutou ao lado de Luke e Leia anos depois era fascinante. Só que no meio do caminho a coisa parece que se perdeu. Eu, que torcia para que escolhessem Ansel Elgort para o papel de Han, vi de repente que preferiram o baixinho de Alden Ehrenreich, que sempre achei meio canastrão. Depois despediram os diretores, Phil Lord e Christopher Miller, que estavam improvisando e fazendo uma comédia. Tiveram até que chamar o Ron Howard para arrumar essa bagunça toda. Então diante disso, o filme, que estreia essa semana nos cinemas, traz boas e más notícias.
A boa é que o filme não é péssimo como todo mundo imaginava. A ruim é que ele também não é bom. Fica assim num meio termo, do tipo Rogue One: Uma História Star Wars, também um “adendo” à saga principal. Escuro demais, e com meia hora além do que necessário, ele começa a contar a história de como Han fugiu de seu planeta natal, deixando para trás um grande amor, Qi’ra, vivida pela estrela de Game of Thrones Emilia Clarke. Com o objetivo de retornar para resgatá-la, ele acaba se associando a um grupo de mercenários liderado por Beckett (Woody Harrelson), que tem que prestar contas para o vilão Dryden Vos (Paul Bettany). O filme ainda vai mostrar como vai nascer a amizade com Chewbacca, como o Millenium Falcon acaba nas suas mãos, e ainda a relação com Lando Calrissian, que era vivido na trilogia original por Billy Dee Williams, e aqui fica a cargo de Donald Glover.
A ação se passa cerca de dez anos antes de Star Wars: Uma Nova Esperança. Há alguns bons momentos, como a sequência do trem, e algumas pequenas homenagens aqui e ali que os fãs vão até curtir. E sim, o roteiro pede uma sequência ao final (dizem que mais dois filmes poderão ser feitos). Mas na maior parte do tempo parece um daqueles filmes genéricos que foram lançados na rasteira do sucesso do primeiro Star Wars, quando ele ainda se chamava Guerra nas Estrelas. Mesmo que na época não existissem os massivos efeitos especiais que o filme contém.
Mas, fora isso, nada aqui parece de primeira linha. Os atores são fracos – até Emilia Clarke dá a impressão de não saber direito qual caminho seguir com sua personagem. Alden Ehrenreich se esforça, e não faz feio, mas, coitado, não tem carisma para comparações com um jovem Harrison Ford, mesmo que tente imitar “aquele” sorriso. Woody Harrelson, Paul Bettany e Thandie Newton repetem um pouco daquilo que fazem sempre.
Mas de qualquer maneira, é um filme de Star Wars. Ou seja, vai fazer um caminhão de dinheiro, vender um monte de bonequinhos, e ter uma boa exposição nos parques da Disney. Alguns fãs podem até se satisfazer. Não foi o meu caso.