Praticamente todo o mundo que já viu gostou de Pantera Negra, o novo filme da Marvel, que acompanha a história do super-herói negro, que foi apresentado ao universo cinematográfico dos Vingadores em Capitão América: Guerra Civil. Na ocasião, achei que o personagem vivido por Chadwick Boseman tinha feito uma grande entrada na história. Então, como a maioria, estava aguardando ansiosamente seu filme solo, que estreia essa semana no cinema. Só que, ao contrário da maioria, eu realmente não embarquei nessa febre de adoração que o filme vem provocando.
Pantera Negra conta o que aconteceu após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, quando o Rei T’Challa retorna para casa na sua reclusa nação de Wakanda a fim de servir como o novo líder do país. O problema é que T’Challa logo descobre que seu trono está sendo desafiado por facções dentro do seu próprio país. Enquanto dois adversários conspiram para destruir Wakanda, o Pantera Negra deve se juntar ao agente da CIA, Everett Ross (Martin Freeman, também visto no filme do Capitão América) e a alguns leais súditos para prevenir que seu mundo seja tragado pela guerra.
A expectativa é grande para o sucesso nos Estados Unidos quando o filme estrear na próxima sexta-feira. Estima-se que ele alcançará 165 milhões de dólares em seu fim de semana de estreia, batendo assim o recorde de lançamento de fevereiro de Deadpool (152 milhões). Já no resto do mundo, tudo pode acontecer, já que filmes americanos com elenco de atores negros geralmente não alcançam grande sucesso. Isso também é uma regra no Brasil.
Muito tem se falado que é o primeiro filme com um herói negro baseado em quadrinhos, o que não é verdade. Parece que as pessoas se esqueceram de Blade, com Wesley Snipes – será que é porque ele era um vampiro?. De qualquer maneira, acho que estava mais do que na hora do filme do Pantera Negra acontecer, afinal desde os anos 90 se fala sobre isso. O próprio Wesley Snipes tentou durante muito tempo estrelar um filme sobre o herói. Só que, em minha opinião, apesar de ter enormes possibilidades com um grande personagem e uma história tão rica, o filme deixou a desejar em vários pontos de seu desenvolvimento.
Primeiramente, é longo demais. Toda a sequência da Coreia, apesar de bem-feita, atrapalhou o ritmo da história. A ótima ideia de colocar as mulheres e negros como protagonistas de uma história de super-heróis foi prejudicada por um roteiro cheio de discursos politicamente corretos e praticamente sem humor. Além disso, alguns membros do elenco realmente não estavam em seus melhores dias como por exemplo, Forest Whitaker, totalmente péssimo. Daniel Kaluuya está fraquinho como sempre, e Danai Gurira repete sua Michone de The Walking Dead (só faltou a peruca). Aliás, a cena entre Daniel e Danai ao final da batalha chega a ser risível.
Mas é claro, que nem tudo é fraco. Os figurinos são maravilhosos, as cores quentes da fotografia dão uma vida especial ao filme. Chadwick Boseman e Michael B. Jordan estão muito bem, apesar de que há momentos em que o vilão é bem mais interessante que o herói. Tem Sterling K. Brown em uma participação pequena, mas muito forte logo no início do filme (você fica querendo mais) e, é claro, a revelação Letitia Wright, como a brilhante princesa Shuri. Lupita Nyong’o está bonita, mas nem um pouco marcante, assim como Martin Freeman e Andy Serkis, já que ambos não têm muito o que fazer.
É obvio que tudo isso não fará grande diferença no resultado final do filme. Como todas as aventuras da Marvel, deverá ser um grande sucesso, especialmente nos Estados Unidos. Além disso, já se sabe que Wakanda será cenário de uma parte da ação de Vingadores: Guerra Infinita, com a participação de Chadwick, Danai, Letitia, Angela Bassett e Winston Duke repetindo seus papéis de Pantera Negra. Aliás, a segunda cena pós-créditos do filme já mostra um dos Vingadores em Wakanda. Então, não saia antes do final total.