Já aviso que Dogman, que estreia hoje nos cinemas, é provavelmente o filme mais estranho e bizarro que você viu – ou verá – por um bom tempo. Ele tem a direção de Luc Besson, um diretor que admiro. Mesmo aquele que é considerado o seu pior filme – Valerian e a Cidade dos Mil Planetas – me divertiu. Agora, com Dogman, mais uma vez Luc Besson demonstra que seus filmes são estranhos e inesperados. Muita gente vai achar um horror. Eu gostei!
Começando pela história: Douglas Munrow (Caleb Landry Jones) é um homem que sofreu abusos e diversos horrores nas mãos de seu pai. Mas ele encontrou no companheirismo dos cachorros um refúgio para lidar com os traumas dolorosos de seu passado. Só que Doug e seus cães estão bem longe de uma mera história de “melhor amigo do homem”. Afinal, ele treinou os animais para que o ajudem a cometer uma série de crimes e defendê-lo contra seus piores inimigos.
O que achei?
O estilo em alguns momentos lembra o de Coringa. A loucura , as cores, a falta de empatia da maioria das pessoas com quem é diferente. Ou seja, creio que é preciso ter uma mente aberta para embarcar em todos so fatos loucos do filme, como, aliás, é normal nos filmes de Luc Besson. Dogman participou do Festival de Veneza, e dividiu opiniões por lá também. Mas é um filme muito bem dirigido, e coerente. Tem várias referências, emociona muito . Já aviso que é impossível não se emocionar na cena em que Douglas canta Non je ne regrette rien.
O filme se passa em dois tempos. Após ser preso, Douglas conta sua história para uma psicóloga que está lá para determinar o nível de loucura dele. A partir daí, passado e presente se alternam com Douglas e a psicóloga comentando os fatos que acabamos de ver do passado. Todas as cenas com os cachorros são fenomenais – que tem um conhece boa parte das expressões que eles demonstram aqui. Mas, novamente aviso, não espere um filme com uma história comum e tampouco realista.
E, é claro, o filme depende e muito da fantástica atuação de Caleb Landry Jones. conhecido com o Banshee de X-Men: Primeira Classe, ou ainda por Três Anúncios para um Crime. Aqui ele tem provavelmente o papel de sua vida. Está simplesmente fenomenal. Infelizmente, não é o tipo de filme que atrai o público da Academia. Pois ele mereceria facilmente uma indicação ao Oscar. Tanto ele quanto o filme me conquistaram. Mas sei que Dogman não deverá agradar muita gente. É muito estranho, mas brilhante.