É estranho pensar que já faz mais de 25 anos que aconteceu o acidente que matou os Mamonas Assassinas. E pensar que hoje em dia suas músicas divertidíssimas seriam completamente canceladas devido às suas piadas politicamente incorretas. Mas mesmo assim, é interessante perceber que é um legado que se mantém, com as músicas ainda sendo tocadas em festas. Na verdade, o certo é que a irreverência é atemporal. E agora, nesta quinta, vai estrear Mamonas Assassinas – O Filme nos cinemas.
O filme mostra como os integrantes da banda se encontraram. Como criaram a sua primeira banda de rock, a Utopia. E como, por uma série de situações uniram o humor e a música para fazer o Mamonas Assassinas. O roteiro acompanha os primeiros momentos de sucesso, os problemas entre eles. Também como foram criadas as músicas e o que aconteceu pouco antes do acidente.
Os Mamonas tiveram há pouco tempo um musical no teatro (que eu não vi). Desde 2016, há a ideia de fazer um filme. Depois veio o projeto de uma minissérie, seguida de um filme. Aparentemente, a minissérie não aconteceu e tudo acabou somente com o filme mesmo. Os atores vem de teatro – Ruy Brissac fez o Dinho também no musical. A semelhança é incrível. Estão todos corretos, mas o melhor deles como ator é Rhenner Freitas como o baterista Sergio. Fica entretanto um destaque: todos os atores usam suas próprias vozes, e são idênticas às dos Mamonas. São ótimos.
O que achei?
Há momentos divertidos, outros emocionantes. O problema é que o filme merecia uma produção melhor. As perucas são um horror. Além disso, Dinho e sua namorada se encontram sempre no mesmo lugar – e ela só tem um casaqueto estilo Chanel, apesar de ser rica, rs. A fotografia parece querer imitar os anos 90, meio suja, com cores um tanto lavadas, e pouca luz.
Entretanto, mesmo com esse problemas, o filme até entretém. Mas fica a sensação que os Mamonas mereciam um filme mais rico, e com melhor produção. Eu tive a oportunidade de conversar com a produtora Walkíria Barbosa, e com o diretor do filme, Edson Spinello. Também estavam presentes na junket os atores Ruy Brissac (Dinho), Alberto Hinoto (Bento) – que é sobrinho de verdade de Bento Hinoto, Adriano Tunes (Samuel), Rhener Freitas (Sergio). E ainda a Fernanda Schneider, que faz a namorada de Dinho, que no filme tem o nome de Adriana (será que Valéria Zoppello, a namorada da vida real, não permitiu o uso de seu nome?). A entrevista foi bem divertida, queriam até que eu cantasse, rsrs. Veja abaixo: