O último filme que vi numa sessão especial para a imprensa antes que tudo fechasse por causa da pandemia foi A Jornada. Isso lá em meados de março. Apesar de já estar disponível em vídeo on demand como no Google Play, o filme vai finalmente estrear nas telas grandes de cinema nesta quinta-feira, dia 15. Estrelado pela sempre incrível Eva Green, A Jornada lembra em alguns momentos o conflito de Away, série de sucesso que estreou há pouco tempo na Netflix. Também fala da mulher que vai para o espaço, e o conflito com a filha que fica na Terra.
Eva é Sarah Loreau, uma astronauta francesa em treinamento, que recebe a convocação para fazer parte de uma missão oficial no espaço. Ela precisa deixar sua filha de sete anos (a ótima Zelie Boulant) com o pai e seguir viagem para o espaço junto com outros dois homens, um americano e outro russo. Desde o anúncio de sua convocação até depois da partida, ela passa a lidar diariamente com as dificuldades de ser mulher em um mundo dominado por homens – o chefe da equipe é feito por Matt Dillon. E, além disso, tem que aprender a conviver com a distância e a saudade da filha.
A crítica
Uma coisa é preciso deixar clara. Se você espera uma ficção-científica, viagens no espaço, etc, esqueça. É melhor escolher outro filme. A Jornada é um drama que acompanha os desafios de uma mulher para vencer num terreno dominado por homens. E além disso, ultrapassar seus próprios limites tanto num treinamento pesado, como nos seus sentimentos maternos. Ou seja, a missão espacial é só um pano de fundo para a discussão de relações humanas. Dirigido por uma mulher, Alice Winocour , o filme mostra com rigor toda a pressão que Sarah Loreau passa. E encontra em Eva Green uma intérprete perfeita.
O grande problema do filme é que seu final tem uma reviravolta totalmente improvável que, sinceramente, me deixou aborrecida. Porque isso compromete toda a história que se desenvolvia bem até ali (#semspoilers). De qualquer maneira, A Jornada mostra um lado que eu nunca havia visto em filmes de Hollywood. Os treinamentos dos astronautas têm um aspecto de documentário. As pessoas que passam por isso têm que realmente ser muito determinadas e especiais para aguentar tudo.