Se a história dele fosse um filme, ou mais provável, uma minissérie, todo mundo diria que era algo impossível de acontecer na vida real. Mas Arnold Schwarzenegger, chega hoje aos 70 anos sendo conhecido mundialmente como um dos maiores astros do cinema atual, um especialista em body-building, e ainda tendo sido governador da Califórnia. Quem diria que isso não seria possível para aquele garotinho que nasceu na Áustria pós-guerra, e imigrou para os Estados Unidos quando tinha 21 anos?
Ele começou sua carreira nos concursos de Mr. Universo, que ganhou cinco vezes, e Mr. Olympia (sete vezes). Com isso, fez seu nome e se tornou um grande influenciador na área de body-building. Mas, Arnie sabia enxergar lá na frente, e que teria que arrumar uma segunda carreira. E, é claro que seu primeiro papel foi como Hércules, num filme de baixo orçamento chamado Hercules in New York, em 1970.
Mas foi em 1976 que o diretor Bob Rafelson o chamou para O Guarda-Costas. Não confunda com o filme famoso de Whitney Huston, esse é um drama/comédia com Jeff Bridges e Sally Field. Com ele, Arnold chegou a ganhar o Globo de Ouro de “melhor estreia em cinema” 9 ninguém tinha visto o filme do Hércules mesmo…).
Depois de alguns filmes, inclusive o elogiado Jayne Mansfield: Símbolo Sexual, onde ele fazia outro musculoso, Mickey Hargitay (ninguém menos do que o pai de Mariska na vida real), Arnold foi chamado para Conan, o Bárbaro, em 1982. O filme foi um enorme sucesso em todo o mundo e inclusive gerou uma sequência, Conan, o Destruidor (1984). Nesse mesmo ano, ele fez o seu personagem icônico, o Exterminador, em O Exterminador do Futuro, de James Cameron. Feito com pouco dinheiro, mas ótimo (resistiu muito bem ao tempo!), se tornou uma franquia muito bem sucedida que rendeu mais de 1.8 bilhão de dólares em todo o mundo, sem o reajuste da inflação.
Daí em diante ele se tornou um dos maiores nomes dos filmes de ação da história, com títulos como Comando Para Matar (1985), Jogo Bruto (1986), O Predador (1987), O Sobrevivente (1987), Inferno Vermelho (1988) e O Vingador do Futuro (1990). Aprendeu que não podia se levar a sério, e conseguiu enormes sucessos também em comédias, como Irmãos Gêmeos (1988) e Um Tira no Jardim de Infância (1990).
Quando resolveu voltar ao seu grande personagem, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), o resultado foi esmagador. Ainda hoje é o maior sucesso de sua carreira e o que lhe deu título de Astro da Década Internacional, pela associação de proprietários de cinemas.
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Só que logo depois, em 1993, veio o fracasso de O Último Grande Herói (que ainda hoje eu gosto bastante). O jeito foi se reunir novamente com James Cameron, e fazer o ótimo True Lies (1994), ao lado de Jaime Lee Curtis, onde ele associava a ação e a comédia de maneira brilhante.
Arnie continuou a alternar comédias como Júnior (1994) e Um Herói de Brinquedo (1996), com filmes de ação como Queima de Arquivo (1996), e O Fim dos Dias (1999). No meio disso, ainda foi uma das melhores coisas de Batman & Robin (1997) como o vilão, Mr. Freeze.
Mas os anos 2000 chegaram e os filmes de Arnold começaram a não ter mais o resultado de antes, como os fracassos e O 6º Dia (2000) e Efeito Colateral (2002) . Nem mesmo a volta ao papel do Exterminador deu muito certo. O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003), sem James Cameron e sem Linda Hamilton, é o mais fraco dos filmes da franquia.
Portanto mais um vez Arnie se reinventou. Concorreu e se tornou o governador do estado da Califórnia. Ficou lá de 2003 a 2011, mas sempre encontrava tempo para algumas participações especiais no cinema, como Bem-vindo à Selva (2003), Volta ao Mundo em 80 Dias: Uma Aposta Muito Louca (2004) and O Garoto & Eu (2005).
Com o fim de seu mandato, é claro que ele voltou ao cinema. Fez os três filmes de Os Mercenários, se juntou novamente com Sylvester Stallone em Rota de Fuga (2013) e tentou mais uma vez voltar ao papel do Exterminador em O Exterminador do Futuro: Gênesis. O filme não foi bem de bilheteria, o que provavelmente colocou um ponto final na franquia (pelo menos até algum tipo de reboot acontecer). Uma pena porque eu gostei bastante dele.
E Arnie não para de trabalhar, tem vários filmes já prontos e anunciados. E quando foi perguntado sobre ser levado a sério, ele mais um vez foi ótimo. ” Eu não ligo. Para mim a coisa mais importante é que estou fazendo um trabalho que as pessoas gostam, que dão um bom dinheiro, que dá dinheiro para o estúdio, e que eu estou adorando fazer. Eu não me levo a sério. Então como esperar que as pessoas me levem a sério? Eu acho que toda essa coisa de Hollywood tem que ser mais tranquila… é só entretenimento.”
Parabéns, Arnie!