Eu adoro os dois filmes de Hellboy de Guillermo Del Toro. Acho que são divertidos, assustadores e até românticos. Há anos, o diretor e seu astro, Ron Perlman, tentavam fazer um terceiro filme para encerrar a trilogia. Por uma ou outra razão nunca conseguiram. Só que uma nova produção sobre o personagem dos quadrinhos, um reboot total sem os dois, acabou sendo feita. Agora com o diretor Neil Marshall, e o astro de Stranger Things, David Harbour, como Hellboy. Segundo o diretor, a ideia do filme era “deixar de lado um pouco os aspectos de super-herói, e ficar mais próximo ao tom sombrio dos quadrinhos, ou seja um filme mais próximo ao gênero terror”.
Só que, mesmo antes de estrear, todo mundo esperava pelo pior deste Hellboy de 2019. Quando foi mostrado então,vários críticos o colocaram entre os piores do ano. Eu lembro que estava viajando quando houve a sessão para jornalistas. Depois, o filme ficou pouco tempo em cartaz, e eu acabei perdendo. Fui assistir somente agora, voltando de avião de outra viagem – aqui no Brasil , o filme está no Now. E o que achei?
“É, sem dúvida o filme mais doido e sem pé nem cabeça que vi nos últimos tempos. Rsrs!”
A crítica
Tudo começa com uma introdução sobre uma bruxa super-poderosa, que foi derrotada pelo Rei Arthur, e partes de seu corpo foram escondidas em vários locais do mundo. Mas logo Hellboy entra em cena para investigar o que aconteceu com um amigo que foi para Tijuana atrás de vampiros. É o momento para a primeira cena de “vergonha alheia” com uma cena ridícula de luta livre mexicana. De volta à sede de uma organização que estuda o sobrenatural e o oculto, Hellboy é enviado por seu pai adotivo (Ia McShane, obviamente se divertindo com tanta bobagem) para a Inglaterra para matar gigantes. Sim, você leu certo, matar gigantes! Seguem então com várias historinhas absurdas, com um tipo de cavaleiros templários, nazistas, a espada Excalibur e Rasputin (o da Revolução Russa) no meio da segunda guerra mundial. Tudo bem que é uma fantasia, mas um professor de história teria ajudado bastante a não se cometer certas calamidades na linha do tempo.
Finalmente, vem o conflito principal que é o renascimento da bruxa propriamente dita, chamada Nimue, que é feita pela coitada de Milla Jovovich, pagando um super mico. Para derrotá-la, Hellboy têm dois ajudantes. Um é a vidente Alice (Sasha Lane), que Hellboy salvou quando bebê, e o outro é o Major Daimio, vivido por Daniel Dae Kim, de Hawaii Five-0 e Lost. Liz, o interesse romântico de Hellboy, feita nos primeiros filmes por Selma Blair, não existe aqui. Ainda bem!
Conclusão final
A verdade é que, além do problema de não ter pé nem cabeça, o roteiro é truncado. Parece que um monte de gente se meteu na história. Os efeitos também não são grande coisa, uma tentativa frustrada de imitar o estilo de Del Toro. Mas, no final, até que David Harbour não compromete. O problema é que a sensação ao final do filme – tem uma cena no meio dos créditos – é que tudo é uma cópia piorada. Feita às pressas, e visivelmente inferior aos dois filmes anteriores. Realmente uma pena. Se você está em busca de diversão com Hellboy, é melhor rever as produções de Del Toro. Hellboy, de 2004, está disponível no Telecine Play, enquanto Hellboy II: O Exército Dourado (2008) está na Netflix.
Fotos de divulgação