Muita gente tem falado que Frozen: uma aventura congelante é a volta da Disney a suas grandes produções de animação. Aos bons tempos. Discordo. Não pela qualidade deste desenho, mas por admirar muito o trabalho feito com Enrolados, a animação convencional anterior do estúdio (não gosto de Valente, acho chato, com uma heroína insuportável e a falta de um príncipe, por mais coadjuvante que fosse , é muito sentida). É claro que aqui os grandes cenários são uma atração a mais. E a introdução revela as influências de um A Bela Adormecida, por exemplo.
Aliás, me surpreende que todos estejam sendo tão enfáticos em elogiar Frozen. Primeiro porque ele tem muitas músicas. Eu adoro musicais e acho isso um ponto tremendamente positivo. Mas a grande maioria, pelo menos que eu conheço, não suporta ver uma história interrompida por uma canção. E são 24 minutos de números musicais. Também acho que a história é extremamente feminina, o que poderia afastar os garotos. Afinal, este é o desenho de princesa “ao quadrado”.
Mas pelo menos no mercado americano, estas considerações não se aplicaram. Desde sua estreia em 27 de novembro, até o último dia 30 de dezembro, o filme já tinha rendido mais de 256 milhões de dólares somente nos Estados Unidos e continuava em segundo lugar, atrás somente do Hobbit, com as diferenças diminuindo a cada semana.
Aparentemente, todos embarcaram na história baseada no conto de Hans Christian Andersen, A Rainha da Neve. Nesta adaptação, que pouco tem a ver com a história original, conhecemos a história de duas irmãs, Anna e a mais velha, Elza, princesas do reino de Arandelle. Pouco antes de ficarem órfãs, Elza é isolada da irmã por tê-la machucado acidentalmente com seus poderes de criar gelo. E a memória de Anna sobre o que aconteceu é apagada (quase como em Men in Black). Dessa maneira , ela não entende a razão pela qual a irmã não pode mais brincar com ela.
Mais tarde, na véspera da coroação de Elza como rainha, ela não consegue controlar seus poderes, o que é claro, provoca um grande problema. Elza foge para as montanhas, não sem antes deixar todo o reino imerso em frio e neve. Anna acredita que somente ela poderá convencer a irmã a voltar e por isso conta com a ajuda surpreendente de Kristoff e seu alce, Sven. Outro pronto a ajudar é o fofo e divertido boneco de neve Olaf (ótima dublagem em português de Fabio Porchat), criado pela magia de Elza.
O filme tem de tudo: belas canções (Quer brincar na neve?, Uma vez na eternidade e a emocionante Livre estou), personagens divertidos (Olaf mereceria um desenho só dele), reviravoltas, a importância do amor. Tudo vale o ingresso, pelo menos para as meninas.
Mas o que é mais brilhante da sessão não está no filme. Está antes dele. O curta Hora de Viajar é incrível (e tem que ser assistido em 3d). Começa com um desenho de Mickey em seus primeiros traços (fantástica recriação feita recentemente) e depois interage com as novas tecnologias conforme a história vai se desenrolando. Um primor!!! Já valeria com louvor a ida ao cinema!
Eliane Munhoz
Fernando Cardosos
6 de janeiro de 2014 às 7:18 pm
Acho que Frozen é uma gracinha, mas nos tempos da Pixar com desenhos excepcionais como Wall-e, UP e Toy Story com seus roteiro excelentes fica um tom um pouco anacrônico, como se eles estivesem atualizando, mas aos poucos. Você tem razão Valente foi muito superestimado, não mereceu aquele oscar de jeito nenhum (os votantes acham que desenho bom é desenho com visual bonito, não é só isso! Animação é principalmente roteiro.)