Brie Larson é a grande favorita do Oscar de melhor atriz por sua atuação em O Quarto de Jack, que estreia nos cinemas amanhã (18). É claro que ela está muito bem, mas não achei que tem uma interpretação assim tão definitiva, para ser tão premiada com Globo de Ouro, SAG´s, BAFTA e vários outros. Especialmente num ano em que Charlize Theron foi tão maravilhosa em Mad Max: Estrada da Fúria (e ficou de fora do Oscar). De qualquer maneira, quem atraiu minha atenção durante todo o tempo foi o menino Jacob Tremblay. Ele já provou ter o “star quality” em todos os eventos nos quais apareceu. Pode haver alguém mais fofo? Mas ele não é simplesmente isso. Jacob é a razão pela qual O Quarto de Jack é um filme diferenciado e especial.
O drama conta com direção de Lenny Abrahamson e roteiro de Emma Donoghue, também autora do best-seller que inspirou a história. Ambos foram indicados ao Oscar assim como o filme e atriz. Mas infelizmente Jacob ficou de fora da lista final. No filme, ele é Jack, que tem apenas 5 anos e desde que nasceu não conhece nada além do quarto onde vive aprisionado com a mãe, que foi sequestrada ainda adolescente. Mais uma dessas histórias horrorosas sobre as quais ouvimos falar de vez em quando. O relacionamento de ambos é o ponto central do filme.
Talvez por isso O Quarto de Jack tem um grande apelo junto a mulheres que tem filhos. A forma como Ma tenta proteger seu filho de tudo que é ruim, uma tarefa especialmente difícil no ambiente em que vivem, atinge as mães de maneira muito forte. Como não é meu caso, pude analisar de uma maneira mais objetiva. O filme é bom e houve uma cena em particular em que ele realmente me emocionou. Mas não o vejo como um produto para o Oscar, para ser considerado um dos melhores do ano. Não mais que A Garota Dinamarquesa e Star Wars, que ficaram de fora.
De qualquer maneira, valeu pela revelação de Jacob Tremblay. Tem também a participação de dois atores que nunca são menos do que perfeitos, Joan Allen e William H. Macy, como os pais de Ma. E de qualquer maneira não é um filme fácil, as emoções estão sempre em evidência por mostrar uma situação que por incrível que pareça, ainda faz parte de uma realidade horrorosa e doentia.