Quando assisti a sessão de Bem-Vindo a Nova York, que estreou este fim de semana nos cinemas, estava preparada para as cenas fortes características do diretor Abel Ferrara. E elas vieram bem pesadas, especialmente os primeiros trinta minutos com cenas de orgia envolvendo Gerard Depardieu. Mas o que ficou na minha cabeça depois do filme foi a atuação da ainda belíssima Jacqueline Bisset, como a esposa de Depardieu. Parece que quanto mais o tempo passa, melhor ela fica como atriz. Edu Fernandes teve o privilégio de conversar com ela durante o ultimo festival de Paulínia. Ela continua maravilhosa!
Jacqueline Bisset fala sobre as improvisações de Bem-Vindo a Nova York
Abel Ferrara (Maria) é um cineasta casado com a polêmica e seu mais recente trabalho não poderia ser diferente. Bem-Vindo a Nova York inspira-se no caso real do político francês que teria atacado sexualmente uma camareira de hotel em Nova York. No filme, a história é reimaginada com muitas cenas fortes. Os atores se entregam aos papéis e improvisam muitos diálogos.
“Eu estava esperando para saber como seria trabalhar com Abel. Eu já sabia que tinha uma coisa crua em seus filmes”, disse Jacqueline Bisset (Assassinato no Expresso do Oriente), que interpreta a esposa do protagonista vivido por Gérard Depardieu (As Aventuras de Pi). “Havia um texto, mas muitas vezes eu o ignorava e pedia para fazer do meu jeito, para ficar mais real.”
A atriz e o diretor estiveram no Brasil em julho durante o Festival de Paulínia. O evento no interior de São Paulo teve Bem-Vindo a Nova York como filme de encerramento. Os dois conversaram com a imprensa brasileira na ocasião e o cineasta fez questão de disparar suas opiniões contundentes.
“Eu já trabalhei com muitos atores. Harvey Keitel nunca dirá as falas que estão no script, e Gérard é do mesmo jeito”, relatou Abel. “Nós conversamos sobre a história, discutimos e ensaiamos muito antes de filmar. Quando você vê um filme de Hollywood, você vê um ensaio gravado, porque eles não têm tempo para amadurecer as cenas.”
Ferrara dirigiu Keitel em Vício Frenético (1992). O filme ganhou uma refilmagem em 2009, sob comando de Werner Herzog e com Nicolas Cage no papel principal.