Eu admiro muito a capacidade de se reinventar de Jennifer Aniston. Ela poderia ficar eternamente marcada como a Rachel, de Friends. Mas segue em frente fazendo escolhas nem sempre fáceis em sua carreira. No auge da controvérsia pós-separação de Brad Pitt fez Separados pelo Casamento, de repente entrou divertida e a vontade na melhor comédia de Adam Sandler nos últimos tempos, Esposa de Mentirinha. E ainda brincou com sua imagem de boa moça como a dentista ninfomaníaca de Quero Matar meu Chefe. Mas seu grande desafio foi se desglamourizar (aos 40+ é um enooorme desafio) para Cake : Uma Razão para Viver, que estreia esta semana (dia 30) nos cinemas
Nele, ela é Claire Simmons, uma mulher traumatizada e depressiva, que busca ajuda em um grupo para pessoas com dores crônicas. Lá, ela fica sabendo do suicídio de um dos membros do grupo, Nina (Anna Kendrick). Claire fica obcecada pela história desta mulher, e começa a investigar a sua vida. Aos poucos, começa a desenvolver uma relação inesperada com o ex-marido de Nina, Roy (Sam Worthington).
É preciso deixar claro que a atuação de Jennifer não depende do fato que ela não usa maquiagem e nem arruma o cabelo. É possível a todo o momento sentir a dor física e emocional da personagem. É clara a entrega da atriz. Infelizmente, foi um ano de grandes interpretações femininas, por isso tanto ela quanto Amy Adams (Grandes Olhos) acabaram ficando de fora das indicações do Oscar (a razão pela qual Felicity Jones ficou dentro escapa à minha compreensão). Mas as indicações para o Globo de Ouro e para o SAG´s com certeza fizeram com que as pessoas enxergassem o potencial da atriz.
Na época em que o filme foi lançado nos Estados Unidos, li algumas críticas dizendo que ele não ficava à altura da atuação de Jennifer. Eu discordo. Também por causa da atriz, o filme me manteve interessada todo o tempo, querendo saber como seria o desfecho da história, que não perde tempo explicando demais. Só o suficiente. Cake tem ainda várias participações especiais de rostos conhecidos como Felicity Huffman (Desperate Housewives), seu marido William H. Macy, Chris Messina (muito bom como o ex-marido), a filha de Meryl Streep, Mamie Gummer, e a jovem Britt Robertson, que tem outro filme estreando esta semana, Uma Longa Jornada. Mas quem realmente impressiona é Adriana Barraza (Babel), como a empregada/amiga/confidente/mãe/irmã. A química dela com Jennifer faz do filme uma grande homenagem à importância da presença de pessoas amigas em momentos difíceis
Liliane Coelho
29 de abril de 2015 às 8:41 am
Certamente, Jennifer devia ter sido indicada ao Oscar! Acho que tiraria Felicity Jones mesmo, embora ache que a menina demonstra surpreendente força sendo delicada (especialmente aquela cena dela segurando o quadrinho com as letras me convenceu de sua indicação) e faz uma parceria bonita com o Eddie, mas Aniston carrega todo o filme, que é instigante, mas deve a maior parte de sua força a ela.