Há mais de 80 anos, a história de Nasce uma Estrela fascina o público. A primeira versão de 1937, com Janet Gaynor, se passava no mundo do cinema, a segunda de 1954, também, mas com várias canções de Judy Garland. Já em 1976, Barbra Streisand levou a história para o mundo da música, no filme mais lembrado pela maioria – a canção Evergreen é inesquecível. E agora, chegou a vez de Bradley Cooper contar a sua versão, com Lady Gaga, que chega aos cinemas esta semana. Para mim, é a melhor de todas.
O trailer já era brilhante, tanto que fez furor nas redes sociais. A história você já conhece. Um grande astro da música, entra em decadência, por causa de álcool (e drogas), enquanto se apaixona por uma jovem de enorme talento. Conforme a carreira dele vai se acabando, ela vai se tornando uma estrela.
Esse filme seria dirigido por Clint Eastwood, que depois de fazer Sniper Americano com Bradley Cooper, lhe passou o projeto para que o ator fizesse sua estreia por trás das câmeras. Grande atitude! A direção de Bradley (também produtor, co-roteirista e autor de algumas das músicas) é brilhante. Desde o primeiro minuto, com a entrada de seu personagem, Jackson Maine, no palco, você sabe que verá algo de grandioso e diferenciado. A forma como somos apresentados a Ally, personagem de Lady Gaga também é o máximo. Num primeiro momento, quase escondida num banheiro, terminando um relacionamento, depois incorporando a Lady Gaga total, cantando – maravilhosamente – La Vie en Rose – num show. E por fim, se apresentando como Ally, a personagem, como se gritasse “agora todos vão ver como sou boa atriz”.
A química entre os dois – Bradley/ Gaga, Ally/ Jackson – é outro dos triunfos do filme. Beyoncé, que estava envolvida com o projeto no início, deve estar se mordendo por ter deixado a oportunidade passar. Quando Ally e Jackson têm suas cenas juntos, é impossível tirar os olhos da tela. E o momento que interpretam a canção Shallow? Impossível tirar os olhos da tela. A canção é linda, e os dois estão perfeitos.
É certo que, no geral, as canções não são inesquecíveis como as da versão de 1976 – com a exceção de Shallow. Mas as cenas de palco são maravilhosas. Até mesmo a mais famosa de todas as versões, o momento de triunfo da nova estrela, quando o marido sobe ao palco bêbado. Nunca foi tão triste, tão emocionante. E muito se deve ao ator Bradley Cooper.
Aqui ele tem seu melhor momento no cinema. Sim, Gaga está ótima. Mas você não consegue tirar os olhos dele. Você vê sua paixão, seu carinho e seu amor pela mulher. Vê também o momento em que percebe que aquela é uma batalha perdida. Impossível não se emocionar com o olhar de um caminho /oportunidade perdidos. Confesso que saí do filme com os olhos inchados. Mas morrendo de vontade de ver novamente. Estão falando que o filme terá várias indicações ao Oscar. Vale conhecer!!!