Eu admiro muito a forma como Logan Lerman tem administrado sua carreira. Para aqueles que não reconhecem o nome, Logan é o Percy Jackson do cinema. Ele tem escolhido seus projetos a dedo, com grandes produções que se alternam com filmes pequenos e independentes, mas que lhe dão a oportunidade de fazer bons papéis. Esse é o caso de Indignação, que estreou esta semana nos cinemas, e que participou dos festivais de Sundance e Berlim. Ele é o grande destaque do filme no papel principal de um jovem judeu de Nova York, Marcus Messner, que vai estudar numa universidade conservadora em Ohio na época da guerra da Coréia.
Baseado no livro de Philip Roth, o filme segue a vida do rapaz por lá, onde se dedica totalmente aos estudos. Entretanto, seu temperamento, irredutível às convenções locais e a descoberta do sexo e do amor , na figura da adorável e enigmática colega de classe Olivia Hutton(Sarah Gadon) colocam em perigo o seu planejamento de vida. Indignação é um daqueles filmes que demonstram de maneira direta como eventos e escolhas aparentemente banais na vida podem trazer resultados de uma gravidade desproporcional.
O filme tem ótimas momentos, com grandes interpretações de todos os envolvidos. Os destaques são as cenas entre Marcus e sua mãe , onde ela lhe propõe um acordo inesperado (sem spoilers) e principalmente os diálogos brilhantes entre ele e o diretor da universidade. O curioso é que o ator que faz o diretor é Tracy Letts, que também é dramaturgo, autor da peça Álbum de Família, que virou filme com Meryl Streep e Julia Roberts.
Infelizmente, Indignação peca no final. Depois de tantas cenas longas e detalhadas, o filme acaba de uma hora para outra, como se percebessem que ele ficou longo, e tivessem que correr para dar um final. Várias perguntas ficam sem resposta, e quem acompanhou com interesse a saga de Marcus, acaba frustrado.
De qualquer maneira, é um prazer testemunhar o talento de Logan Lerman. Após o triunfo recente em Corações de Ferro, ao lado de Brad Pitt, ele acerta mais uma, aos 24 anos. Promete!