Sou fã da história de Robin Hood. Creio que vi praticamente todas as produções mais importantes do cinema. Isso inclui desde o clássico de 1938, com Errol Flynn, até o desenho da Disney, de 1973. Morro de chorar com o drama Robin e Marian, com Sean Connery, de 1976. E morro de rir com a versão de Mel Brooks de 1993. Adoro tanto o filme de Kevin Costner, 1991 (provavelmente o mais lembrado hoje em dia), Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões, como o mais esquecido – Robin Hood – O Herói dos Ladrões, lançado no mesmo ano, com Patrick Bergin. E não se pode esquecer a versão mais recente de 2010, com Russell Crowe e Cate Blanchett (sim, gosto também). Por isso, estava esperando ansiosamente por Robin Hood – A Origem, que estreia essa semana nos cinemas. Só que…
Infelizmente, é a mais fraquinha das versões mencionadas acima. Aqui, o diretor Otto Bathurst (de séries como Peaky Blinders e Black Mirror) começa mostrando como era a vida de Robin antes dele ser mandado para as Cruzadas. Seu amor por Marian lhe dá forças para permanecer vivo durante a terrível guerra, até que uma situação o força a voltar para casa seis anos depois. Só que ele encontra tudo muito diferente, com o Xerife de Nottingham pressionando o povo por mais dinheiro de impostos. E o pior, Marian vivendo com um outro homem. Só que com a ajuda de um soldado mouro, ele está determinado a normalizar as coisas, e ainda reconquistar Marian.
A história e o elenco
O problema é que o filme não convence. Começando pelo próprio Taron Egerton, que é pequeno demais e está numa atuação pouquíssimo inspirada como Robin. Numa situação normal, ninguém o seguiria. Isso sem mencionar o visual do figurino moderno, que só vem tornar tudo mais confuso no que diz respeito à reconstituição de época. Além disso, o filme copia tantos outros que parece que você está vendo um copy/cola cinematográfico e extremamente caro. O filme segue à risca o esqueleto de roteiro do Zorro de Antonio Banderas. A primeira aparição de Robin como Robin Hood parece saída de algum filme do Batman de Zack Snyder. Isso sem falar na corrida de carroças, copiada dos dois filmes de Ben-Hur. Nem referências a Superman (a cena mais engraçadinha) ou Star Wars escaparam da montagem final.
Jamie Foxx se esforça para tentar injetar alguma energia no filme como o aliado mouro, mas não consegue – tanto que de vez em quando ele desaparece da tela. Ben Mendelsohn se repete como o super-vilão e Jamie Dornam é quase um figurante de luxo como Will Scarlett. Eve Hewson (série The Knick) como Marian é a presença mais interessante da história.
E agora, Robin Hood?
Todos esses problemas se refletiram na bilheteria nos Estados Unidos. No super competitivo fim de semana de Thanksgiving, onde WiFi Ralph e Creed 2 estouraram as previsões, Robin Hood – A Origem ficou apenas em 7º lugar, angariando 14 milhões de dólares. Isso quer dizer um fracasso imenso ainda mais que a produção custou mais de 100 milhões. Assim, uma possível sequência que é sugerida no final, deve ficar só no planejamento mesmo. Uma pena!
As fotos são de divulgação.