A parceria de Jennifer Lawrence com o diretor David O.Russell sempre dá bons resultados. Seja em filmes realmente excelentes – Trapaça – , outros interessantes (que deu a ela o Oscar de atriz) como O Lado Bom da Vida, e ainda um bem diferente, como Joy: O Nome do Sucesso que chegou esta semana aos cinemas. O filme teve uma única indicação para o Oscar, justamente para Jennifer (que ganhou o Globo de Ouro), que mais uma vez demonstra o seu poder em Hollywood.
O filme é uma adaptação bem livre da vida da inventora de um esfregão de chão muito popular nos Estados Unidos chamado Miracle Mop, Joy Mangano. A verdadeira Joy é inclusive uma das produtoras. Mas o diretor e roteirista Russell tomou várias liberdades com relação à história, inclusive inventando personagens (como a irmã invejosa, por exemplo). De qualquer maneira, o filme conta uma conturbada história de uma família através de quatro gerações, centrada em uma garota – a Joy, vivida por Jennifer Lawrence – que se torna a fundadora de uma dinastia de negócios e uma matriarca por seu próprio mérito. Traição, a perda da inocência e as cicatrizes do amor pavimentam a estrada nessa comédia intensa, emocional e humana sobre tornar-se um verdadeiro chefe de família e de uma empresa enfrentando um mundo comercial implacável. Aliados se tornam adversários e adversários se tornam aliados, tanto dentro como fora da família, enquanto a feroz determinação de Joy lhe dá forças para fazer o que é necessário para seguir em frente.
A crítica internacional (e nacional também) ficou bem dividida com relação ao filme. Uns gostaram e se divertiram. Outros acharam fraco e desapontador. Eu me coloco no meio. Como grande admiradora do trabalho de Russell e da forma como ele gosta de contar uma história quase como se fosse uma fábula, posso dizer que gostei do filme. Mas tenho que dar o braço a torcer que parece um daqueles filmes feitos para a TV, onde uma dona de casa consegue finalmente o emprego de seus sonhos depois de lutar contra as adversidades. Você pode embarcar ou não no filme, vai depender muito do seu estado de espírito.
Jennifer é sempre ótima como uma mulher jovem e forte é enorme. E ela dá conta do recado. Eu teria passado sua indicação no Oscar deste ano para Charlize Theron, mas consigo entender o apelo que ela tem para a Academia. A participação de Bradley Cooper é pequena desta vez, ao contrário das parcerias anteriores com Jennifer e Russell. Mas mesmo assim seu personagem enlouquecido (que parece necessitar sempre de um banho) é um dos mais interessantes do filme. Mas há mais, com um elenco top de linha, com Robert De Niro, Virginia Madsen, Elizabeth Rohm, Edgar Ramirez, Diane Ladd e Isabella Rossellini.
Uma piada interna que talvez a maioria daqueles que verão o filme no Brasil provavelmente não vai perceber é a participação de atrizes famosíssimas por lá por causa das novelas diurnas (que não passam por aqui e tem mais de 30 anos de duração). Susan Lucci, Laura Wright e Donna Mills (essa mais conhecida de filmes e séries) fazem personagens divertidíssimos, as estrelas da novela que Joy e sua mãe assistem. Outra curiosidade é ver a apresentadora do canal E!, Melissa Rivers, fazer o papel de sua mãe, Joan Rivers (sim, ela mesma, de Fashion Police) que participa do programa de TV que Joy vai fazer na tentativa de vender sua invenção. Uma bela homenagem que faz o filme ficar bem charmoso!
Eduardo pepe
22 de janeiro de 2016 às 9:31 pm
Lawrence roubou legal a vaga de Charlize nesse Oscar. Dessa vez ela N precisava estar lá!