Quando começou a se falar de Clube de Compras Dallas, todo mundo destacava a perda de peso de Matthew McConaughey. Na verdade, depois de assistir ao filme, posso dizer que isso foi o que menos me chamou a atenção. Uma história envolvente, humana, com personagens bem delineados e principalmente com uma denúncia extremamente importante. Não importa que a ação se passe nos anos 80. A mensagem continua atual e poderosa.
Baseada em fatos reais, mostra o peão Ron Woodroof que segue a linha sexo, drogas e rock and roll . É também racista e homofóbico. Leva um tremendo choque quando após um desmaio, descobre que tem AIDS, na época associada somente a homossexuais. Os médicos dizem que ele terá somente 30 dias de vida. Os amigos o abandonam. Após pesquisar muito, ele descobre que há um tratamento alternativo no México. Logo ele resolve trazer as drogas para os Estados Unidos e, junto com o travesti Rayon (Jared Leto, absolutamente fantástico), monta o Clube de Compras Dallas, um centro de treinamento alternativo para pessoas com HIV. Começa também a sua luta com o FDA, órgão que aprova todos os medicamentos distribuídos no país.
A saga deste personagem, com todas as mudanças pelas quais sua vida passa, é brilhante. Vários haviam tentado levar essa história para o cinema antes. Brad Pitt e o diretor Mark Foster, Ryan Gosling e o diretor Craig Gillespie e até Woody Harrelson com o falecido Dennis Hopper na direção. Ninguém conseguiu levar o projeto pra frente até que Matthew McConaughey se juntou ao diretor Jean-Marc Valeé (de A jovem rainha Vitória) e conseguiu o financiamento necessário.
Matthew sabe o que faz. Depois de anos como ator (competente)mais conhecido por comédias românticas, ele resolveu dar uma guinada em sua carreira. Começou com Magic Mike, depois fez o excelente Amor Bandido (vale a pena conhecer), uma participação pequena mas brilhante em O Lobo de Wall Street além da série True Detective (atualmente exibida pela HBO). Para mim é o melhor ator do ano, independente da perda de peso.
O filme concorre ao Oscar de filme, ator, ator coadjuvante (Jared Leto), roteiro original, montagem e cabelo e maquiagem. Depois de vencerem o Globo de Ouro, o SAG´s, o Broadcast Film Association, entre outros, Matthew e Jared devem levar os prêmios de atuação. Merecidíssimo!
Eliane Munhoz
Eduardo Pepe
22 de fevereiro de 2014 às 3:01 am
Realmente, Matthew e Jared arrasam e merecem o Oscar!
Rafael Soares
22 de fevereiro de 2014 às 12:13 pm
Uma pena que Dallas não estreou a tempo no Reino Unido para poder concorrer no BAFTA, porque se não eles teriam literalmente ganhado tudo esse ano. Mas o Oscar, eles vão ter!