Os filmes sobre a II Guerra Mundial e os efeitos nas pessoas e na história até hoje representam um gênero à parte nas produções de Hollywood. Isso inclui vários sub-gêneros. Há aqueles que mostram os combates, como O Resgate do Soldado Ryan ou Dunkirk. E ainda os dramas das pessoas que viveram aquela situação, como O Pianista ou A Vida é Bela. Há também aqueles sobre os heróis desconhecidos como A Lista de Schindler ou O Zoológico de Varsóvia. Meu nome é Sara, que chega essa semana aos cinemas tem um pouco de tudo. É um filme que fez sucesso na Mostra de Cinema de São Paulo do ano passado e agora chega ao circuito comercial. Vale a pena conhecer!
O filme é baseado em fatos reais, na vida de Sara Góralnik, uma polonesa judia, cuja família foi morta pelos nazistas quanto ela tinha apenas 13 anos de idade. Depois de fugir para a Ucrânia, Sara usa a identidade roubada de uma amiga, escondendo sua ascendência. Ela é então acolhida por um casal de fazendeiros em uma pequena vila, e começa a cuidar dos filhos dos dois. Tudo parece correr bem para o recomeço de Sara, mas ela descobre que seus novos amigos possuem segredos sombrios e, para manter seu disfarce e sobreviver, ela terá que lidar com toda a tensão da situação.
Sobre o filme…
O diretor é americano, e a maior parte do filme é falado em inglês. Mas o elenco é basicamente polonês e boa parte desconhecido. A própria Sara é vivida por Zuzanna Surowy, estreando como atriz. Ela tem um olhar que transmite tudo, ainda é “verde” como atriz, mas tem futuro. O diretor Steven Oritt, é mais conhecido por seu documentário American Native. O fato de ser uma história real com certeza teve um certo peso para a escolha desse projeto como seu primeiro filme. Steven Oritt falou sobre isso em entrevista a Luiza Wolf na época da Mostra de Cinema de São Paulo.
Acho que geralmente sou atraído por histórias que são escritas com alguma realidade, com fatos reais. Eu não diria que quis fazer Meu Nome É Sara só porque é uma história real, mas quando eu escutei sobre a história e assisti a uma entrevista que Sara deu há dez anos, uma entrevista de uma hora, eu fiquei muito impressionado com o que ela contou como verdade.
O filme conta de maneira profunda o sofrimento dessa menina, que deixou tudo para trás, inclusive sua religião e a história da família. Também mostra com detalhes o relacionamento dela com os donos da casa, ressaltando sua visão de momentos de infidelidade, luta pela sobrevivência e carinho com as crianças. Também mostra como os moradores daquela região sofriam com os nazistas de um lado e os soviéticos de outro, ambos roubando e agredindo as pobres famílias. É um filme poderoso, muito bem feito, indicado para aqueles que gostam do dramas contundentes de guerra.