Confesso que quando comecei as primeiras críticas americanas de A Múmia fiquei preocupada. Para se ter uma ideia, uma delas dizia que era “o pior filme de Tom Cruise”. Acho que as pessoas estavam mal humoradas. Obviamente, não é um filme maravilhoso, mas entretém, tem aquele clima de sessão da tarde, mas com um pouquinho mais de violência e terror do que a famosa versão de 1999. Ele estreia hoje nos cinemas aqui no Brasil, um dia antes dos Estados Unidos.
Com direção de Alex Kurztman, é a primeira produção dentro da nova franquia anunciada pela Universal intitulada como Dark Universe, onde serão produzidos filmes sobre os grandes monstros do estúdio, e que estarão todos interligados (Marvel fazendo história de novo). Na história, a atriz Sofia Boutella (aquela com pernas de aço de Kingsman: Agente Secreto) interpreta uma antiga princesa egípcia, que foi sepultada em uma cripta abaixo do deserto. Nos dias atuais, após um bombardeio no meio do Iraque, o aventureiro Nick Morton (Tom Cruise) e seu grupo descobrem uma tumba escondida, e Nick acaba libertando o espírito dessa múmia. E, é claro, ela vai querer dominar o mundo todo, especialmente Nick.
Também no filme, está Russell Crowe como o Dr. Jekyll (sim, aquele do Jekyll e Hyde). Ele funcionará como um espécie de Nick Fury (Samuel L. Jackson) dos filmes da Marvel, no Dark Universe, ou seja será a ligação entre todos os filmes e personagens. Aqui, ele é uma espécie de colecionador que busca eliminar o mal do mundo, entre uma crise demoníaca e outra, e trabalha em conjunto com a arqueóloga Jenny (a linda Annabelle Wallis, do terror Annabelle).
É claro que muita gente pode reclamar que falta um terror psicológico, como existia nas produções dos anos 30, que o filme é uma montanha russa, com ação ininterrupta. Ou seja, é o reflexo do gosto do público. Se ele vai embarcar nessa aventura, com a grande concorrência de Mulher Maravilha e Piratas do Caribe, já é outra história. O filme custou 125 milhões, e o sucesso inesperado de Mulher Maravilha (mais de 100 milhões de abertura nos Estados Unidos) fez com que a Universal diminuísse sua expectativa de faturamento de 40 milhões no primeiro final de semana para 35, segundo o Hollywood Reporter. Ou seja, as coisas não serão fáceis para esse início de franquia.
De qualquer maneira, o filme flui bem com sua uma hora e cinquenta de duração. Tem boas cenas, especialmente a do avião com gravidade zero. E, é claro, Tom Cruise demonstra que está bem demais para sua idade, tirando a roupa (verdade!) e correndo muito (como é uma tradição em seus filmes). Poderia ser melhor? Claro que sim, mas também poderia ser bem pior…