O Oscar nunca premiou um filme de ficção científica na categoria Melhor Filme em toda a sua história. Alguns falam sobre preconceito contra o gênero, que já teve grandes clássicos como 2001 – Uma Odisseia no Espaço e Alien – O 8º Passageiro. Mas aparentemente, isso deve mudar no próximo ano. Gravidade, que estreia esta semana nos cinemas, pode reverter a tendência.
Dirigido pelo excelente Alfonso Cuaron, o filme é um desses casos raros que conquistou público e crítica. Em seu filme de semana de estreia, atingiu 55 milhões de dólares de bilheteria. Um número assombroso para um filme sem super-heróis, vampiros brilhantes, nem monstros aterrorizantes. Pelo contrário! Trata-se de uma produção somente com dois atores – George Clooney e Sandra Bullock – como um astronauta veterano e uma engenheira. Os dois estão no espaço, consertando um satélite, quando são atingidos por destroços que os deixam à deriva no espaço. Juntos, eles tem que sair em busca de alternativas para sobreviver.
Os três trailers disponíveis na internet já davam uma ideia das cenas tensas que o filme apresentaria. Mas ninguém esperava que Alfonso Cuaron conseguisse noventa minutos de suspense e tensão constante. Graças aos efeitos especiais, que apresentam momentos totalmente inesperados e a fotografia brilhante e historicamente marcante de Emmanuel Lubezki. Repare na sequencia inicial de 13 minutos sem cortes, brilhantemente orquestrada, e que já transmite claramente a sensação de solidão do espaço e medo da personagem principal, que continuará por todos os 90 minutos de filme.
George Clooney tem mais um momento charmoso de George Clooney, mas Sandra Bullock domina e surpreende. O papel foi recusado por Angelina Jolie e Natalie Portman. Foram testadas ainda atrizes tão diferentes como Marion Cotillard, Sienna Miller, Scarlet Johansson e até Blake Lively! Depois de ver Sandra, tão maravilhosa, usando até sua respiração como parte da atuação, é difícil pensar em outra atriz que conseguiria atingir seu nível.
Uma última dica: assista ao filme em 3D, numa grande tela (IMAX, por exemplo). Deixe se envolver neste grande espetáculo e sinta-se parte dele. Vai valer a pena!
Eliane Munhoz