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Não recomendo Mickey 17, que chega essa semana aos cinemas

É claro que todo mundo estava curioso para ver o que iria acontecer com Bong Joon Ho depois de sua consagração com Parasita. Ainda mais porque seria uma grande produção de Hollywood, estrelada por Robert Pattinson  e Mark Ruffalo. Entretanto Mickey 17, na minha opinião, é chatíssimo, com alguns poucos destaques divertidos e de ação. O filme estreia nessa quinta nos cinemas. Acho que não vale o seu ingresso.

Mickey 117 se baseia no livro de Edward Ashton .  É uma ficção científica que pretende ser uma grande sátira. Ele  acompanha Mickey Barnes (Robert Pattinson), um homem enviado em uma missão suicida para colonizar o planeta gelado de Niflheim. Ele faz parte de um grupo  considerado “descartável”. Cada integrante é designado a tarefas perigosas, e quando morre, suas memórias são transferidas para um novo corpo, um clone que continua a missão sem interrupções. Após 16 mortes, Mickey começa a perceber que sua existência não é tão simples quanto parece. Especialmente quando ele se torna um múltiplo – afinal foi considerado morto, e um Mickey 18 foi criado. E agora os dois terão que aprender a conviver –  e ainda descobrir grandes segredos do ditador (Mark Ruffalo) que é o poderoso local.

O que achei?

Bong Joon Ho segue aqui com temas que lhe são caros como, por exemplo, as injustiças que a camada social mais baixa sofre. Também deixa claro as loucuras que os poderosos fazem quando estão no poder ( o personagem de Mark Ruffalo tem claras inspirações em figuras conhecidas). O filme tem ainda similaridades com vários de suas produções. Não só com Parasita, mas também com Snowpiercer e Okja.

O problema é que ele “força a barra”, com situações tão ridículas e absurdas, que é impossível  embarcar na história. Robert Pattinson se esforça –  e muito –  pra manter nossa atenção. E na maior parte das vezes é bem sucedido –  é a melhor coisa do filme. Há também o excelente trabalho de Mark Ruffalo e Toni Collette, como os governantes de Niflheim. Eles estão super exagerados, mas funcionam. O problema é que o filme exagera não só em sua crítica social, como também em seu humor mais do que superlativo. É tudo ‘over”.

No final, achei tudo tão incoerente e pouco satisfatório, com seus vários finais, que fiquei com raiva do filme. O humor não funciona, a crítica social idem. Uma grande perda de tempo e talentos.

 

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