Na época em que eu trabalhava no então bem sucedido mercado de home vídeo, um filme como Antes de Dormir, que estreia esta semana nos cinemas, era chamado como “um filme bom para vídeo”. Isso significava que não tinha grandes efeitos especiais, não precisava de uma grande tela, mas tinha uma trama policial até eficiente, que algum tempo depois você teria basicamente esquecido. Não que isso significasse que o filme era ruim. Não mesmo. Mas simplesmente não era inesquecível.
Aqui Nicole Kidman é Christine, uma mulher que acorda todos os dias sem lembrança alguma do dia anterior. Seu marido, Ben (Colin Firth) tem que explicar todos os dias quem ela é, que são casados há 14 anos e que ela sofreu um acidente que provocou esse problema de memória. Só que algo parece que não encaixa. Ela recebe também o telefonema de um psiquiatra, o Dr. Nasch (Mark Strong, de Sherlock Holmes), que revela que ela na verdade foi encontrada muito machucada depois de uma surra. E que não deve revelar ao marido sobre suas sessões.
O filme vai e vem com pistas de quem é o verdadeiro culpado. Em alguns momentos tem cenas muito interessantes, em outros nem tanto. No final, fica um a boa interpretação de Nicole Kidman, que começa a ter novamente o poder de mexer os músculos de sua face (após um exagero de botox e preenchimentos). Colin Firth talvez seja um pouco “classudo” demais para o papel mas não compromete. Ver estes dois atores na tela acaba sempre valendo a pena.