Confesso que a escolha de Anthony Mackie para assumir o papel de Capitão América nunca me convenceu. Especialmente porque acho que lhe falta carisma e beleza (acho que um Michael B. Jordan, ou mesmo Aaron Pierre, de Rebel Ridge, teriam mais star quality). Isso ficou ainda mais claro na série do Disney Plus, Falcão e o Soldado Invernal, que, aliás, deve ser vista para entender alguns caminhos do personagem. De qualquer maneira, o ator é o principal de Capitão América: Admirável Mundo Novo, que dá início a um novo momento do universo Marvel, e estreou hoje nos cinemas. Tem cara de filme para streaming – mas Harrison Ford quase salva tudo, como Thadeus Ross (substituindo William Hurt, que faleceu).
Agora Thaddeus Ross é presidente dos Estados Unidos, e quer acertar com outras nações o uso compartilhado de um metal mais resistente que o vibranium. Só que isso acaba sendo roubado, e Sam Wilson, já assumindo sua identidade de Capitão América o recupera com a ajuda do novo Falcão (Danny Ramirez). Só que uma tentativa de assassinato, e um incidente internacional acabam complicando tudo. É quando Sam tem que trabalhar para entender o que está acontecendo, e claro, salvar o mundo, especialmente quando o Hulk vermelho aparece.
O que achei?
O problema do filme não é só a falta de carisma de Anthony Mackie. A história é confusa, com personagens demais, que não se desenvolvem. Além disso, demora muito para chegar ao ponto que você começa a entender o que está acontecendo. E desperdiça personagens, como é o caso de Giancarlo Esposito como o Coral. Parece que ele vai ser o grande vilão, tem até uma boa cena explodindo a caminhonete, mas depois desaparece. Aliás, isso acontece também com o personagem da ótima Shira Haas (de Nada Ortodoxa). Há histórias para pelo menos uns três filmes, e aqui fica tudo confuso e sem serviço para a história.
Mais problemas
E ainda há a confusão de universos de trazer de volta Liv Tyler como Betty Ross e Tim Blake Nelson como Samuel Stern. Para quem não se lembra, os dois faziam parte do filme O Incrível Hulk, de 2008, onde Edward Norton fazia o papel de Bruce Banner. E o Bruce de Mark Ruffalo praticamente não é mencionado na história. Que interessante pensar que o filme que apresenta o novo Capitão América é praticamente uma sequência de um filme maldito da Marvel que aconteceu antes do seu universo cinematográfico deslanchar. Queria até rever o filme de 2008, mas ele está indisponível atualmente no streaming.
Há alguns problemas de continuidade – por exemplo, repare nos cabelos de Isaiah (Carl Lumbly) na prisão. Cada vez está de um jeito, rsrs. Ainda há o problema das diferenças de tamanho do Hulk vermelho e do Capitão América. Há cenas em que ele parece bem maior do que em outras. E repare também na aparição de Liv Tyler no filme – parece que foi feita por IA.
A parte boa
Takehiro Hira, de Xógum, tem bons momentos, com muito carisma, como o Primeiro ministro japonês. As cenas de ação até que funcionam. Especialmente a batalha no mar, e a final no jardim das cerejeiras. E claro, Harrison Ford consegue imprimir uma dualidade em seus personagem que funciona perfeitamente. Ele quase salva o filme, assim como uma participação especial de uma figura conhecida do universo dos Vingadores. Mas nem eles conseguem.
Detalhe
Tem uma cena pós-créditos “bem pós”. Ou seja no final dos quilométricos créditos de filmes da Marvel, mas nem é tão brilhante. Só anuncia que ainda virão problemas piores para o capitão. Ah, e também vem o anúncio que o Capitão América voltará – só espero que num filme melhor.
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