Ele era um grande ator! Ele era um dos homens mais bonitos que o cinema já viu! Ele criou um dos personagens mais icônicos do cinema e até hoje sua atuação é reverenciada. Depois de vários problemas de saúde nos anos 70, perdeu sua lendária beleza e se reinventou como ator! É o ator com mais indicações ao Oscar sem ter ganhado (8), mas recebeu um especial pelo conjunto da obra em 2003. Peter O`Toole fez história. Ele faleceu ontem em um hospital de Londres aos 81 anos.
Ele fazia parte daquele grupo de atores ingleses que começaram a aparecer e impressionar nos anos 50: Richard Burton, Albert Finney, Alan Bates e Richard Harris entre outros. Eles vinham do teatro clássico, com passagens pelo histórico Old Vic. Foi com essa experiência e algumas participações esquecíveis no cinema, que conseguiu aquele que seria seu maior papel : Lawrence da Arábia. Graças a Marlon Brando, que recusou o papel. O diretor David Lean apostou suas fichas naquele quase desconhecido e o resto todo mundo já sabe.
O filme foi um grande sucesso de público e crítica se tornando um dos maiores clássicos do cinema. Transformou Peter O’Toole em astro e lhe deu a primeira indicação ao Oscar de melhor ator. Logo vieram outros grandes triunfos: Becket, O favorito do rei (64) e Leão no inverno (68), pelos quais foi indicado ao Oscar interpretando o mesmo personagem, o rei Henry II. As outras vieram com Adeus Mr. Chips (69), A Classe Dominante (72), O Substituto (80), Um Cara muito Baratinado (82) e em 2007 por Vênus.
Alguns anos antes de sua indicação por Vênus, a Academia resolveu premiar O’Toole com O Oscar especial pelo conjunto da obra. Ele ficou bravo e chegou a escrever uma carta dizendo que a Academia deveria esperar que ele fizesse 80 anos pois, na época com 70, ele ainda poderia ganhar um sozinho . (Ele usou palavras bem chulas, que refletiam bem como ele estava invocado…) . Mas quando soube que lhe dariam de qualquer jeito, resolveu ir à festa e subir ao palco para aceitar o prêmio.
Pode ser que as novas gerações não tenham ideia de quem foi Peter O’Toole (e Lawrence da Arábia, por incrível que pareça). Ou talvez se lembrem dele como o velhinho que faz o rei em Tróia, com Brad Pitt. Ou ainda recordem da homenagem que Michael Fassbender fez no recente Prometheus.
No meu caso, a melhor lembrança é uma comédia, totalmente esquecida, que foi também a estreia de Woody Allen: Que é que há Gatinha? Sim, o título é horrível. Mas me lembro de assistir quando menina e ficar impressionada de como aquele homem era bonito.
Um rosto inesquecível!