Adão Negro é um personagem dos quadrinhos da DC Comics que é uma paixão antiga de Dwayne Johnson. Tanto que ele está ligado ao projeto há mais de 15 anos. E somente agora conseguiu que o filme chegasse aos cinemas – estreia nessa quinta. Nos quadrinhos, pelo que li, Adão Negro é um vilão, grande inimigo de Shazam. Aqui no filme, a coisa é um pouco mais soft. Adão Negro é um anti-herói sem meias palavras. Mata e espatifa sem piscar.
O filme revela seu passado de escravo no país Kahndaq. Nascido no Egito Antigo, o anti-herói tem super força, velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios. Só que ele está adormecido há séculos. Até que uma mulher (Sarah Shahi, de Sex/Life) acaba libertando-o ao tentar se salvar de terríveis mercenários. A partir daí, Adão vai mostrar sua forma única de justiça ao mundo moderno. Só que Amanda Waller (participação micro de Viola Davis) está preocupada com o que pode acontecer com alguém tão poderoso à solta. É quando envia os membros da Sociedade da Justiça para aprisioná-lo. Mas as coisas vão ser mais complicadas do que todos imaginavam.
A Sociedade da Justiça
Quem leu os quadrinhos, vai reconhecer os membros da Sociedade da Justiça. Aldis Hodge é o líder como o Gavião Negro. Pierce Brosnan imprime seu charme de sempre no Dr. Destino. Quintessa Swindell é Ciclone, e Noah Centineo é o Esmaga-Átomo. Pouco sei sobre os quadrinhos desses personagens, mas é impressionante como são similares com outros heróis da Marvel. É o caso do Gavião com o Falcão, Dr. Destino com o Dr. Estranho, Ciclone com Tempestade. E ainda Esmaga-átomo com o Homem-Formiga. Fiquei chocada.
E o filme?
O filme tem uma bela produção, muitos efeitos especiais e uma história interessante. Mas é impressionante como a mensagem do filme me surpreendeu. Ou seja, muitas vezes a gente não pode esperar um herói bonzinho – precisa de um que mate sem dó mesmo. E isso fica bem claro – com todas as letras – em diversos momentos. Dwayne Johnson se sai bem mostrando toda a dualidade do personagem. Ao mesmo tempo que mata, é capaz de grandes momentos de empatia ao salvar o garoto amigo. Só achei estranho que no filme não haja referência alguma à Shazam (o personagem) e que terá um filme novo chegando em breve.
Eu adoro um filme do diretor de Adão Negro, Jaume Collet-Serra. É Águas Rasas, com Blake Lively. Naquele filme , ele consegue manter sua atenção só com a câmera na atriz e no tubarão. Já aqui, acho que ele se perde um pouco na grandiosidade da coisa. As lutas – ou a forma como Adão Negro extermina seus oponentes – é toda muito igual. Poderia ter editado um pouquinho melhor essas sequências. Também a relação entre Adão Negro e Gavião Negro parece que tem as mesmas discussões ad eternum. E quer saber, senti falta de Noah Centineo em mais cenas. Ele está ótimo.
Entretanto o filme deverá agradar a geração videogame com suas cenas editadas de forma aceleradíssima (tipo piscou/perdeu. Há alguns momentos divertidos. E também tem uma cena pós-crédito, que fez os jornalistas presentes à sessão para a imprensa (inclusive eu) explodir de aplausos. Tenho certeza que você vai gostar também. Ou seja, não saia correndo no final. E pode ter a certeza, Adão Negro vai voltar.