A gente já viu muitos filmes sobre Elvis. Alguns melhores, outros piores. Eu mesma cheguei até a assistir um maravilhoso espetáculo/homenagem a ele do Cirque du Soleil, em Las Vegas. E agora Baz Luhrmann, diretor de Moulin Rouge, resolveu contar essa história. O filme Elvis, que estreia nessa quinta nos cinemas, tem o apoio de Priscilla Presley, e de toda a família. Todas elas elogiaram, e disseram que finalmente alguém contou a história direito. Se as coisas aconteceram realmente desse jeito ou não, não há como saber. Mas que o filme é bom, ah, isso é!
O filme não é sobre a história de Elvis, mas sim a história dele com o Coronel Tom Parker. Desde o momento em que os dois se encontraram e o Coronel ficou fascinado pelo “garoto branco que canta como um preto”. Durante décadas esse homem estranho fez e desfez com a vida de Elvis. Manipulou todos a sua volta, o que acabou fazendo com que Elvis tomasse decisões que não queria. E também viciado em remédios, o que acabou por matá-lo.
O que achei?
Assim como em Moulin Rouge, Luhrmann constrói a história como se fosse uma fábula. O filme mostra o Coronel como um ser do mal, que fica espreitando em locais escuros. Fala com uma voz baixa, e fica roubando a luz daqueles que a tem. E tudo isso é entremeado das canções de Elvis. Por exemplo, a minha favorita, Suspicious Minds, tem como pano de fundo o momento da manipulação de Elvis para que aceitasse uma temporada em Las Vegas.
O roteiro apresenta Elvis como uma força da natureza. Alguém com enorme talento, que tentava sempre se desprender do preconceito da sociedade da época. Algumas vezes era bem sucedido, como o especial de Natal, um retorno às sua raízes musicais. Baz Luhrmann providencia tudo. Explica as raízes musicais, mostra as amizades com grandes nomes como BB King. Explica sua vontade de estar em grandes filmes, e como isso não deu certo. Tudo com muita cor, muito brilho, o que faz todo o sentido quando se fala de Elvis.
O elenco
E claro, impossível não falar do elenco. Tom Hanks sai de sua zona de conforto como o Coronel. É um vilão, cria um sotaque, e um modo de falar. É gosmento e incômodo. Mais um triunfo para o ator. Mas a grande e muito bem-vinda surpresa é Austin Butler. Lembro quando ele foi anunciado. Achei que não era uma boa escolha, eu torcia pelo outro finalista, Ansel Elgort. Mas vendo como Butler incorpora o personagem, sua voz, seus trejeitos, é impossível não dar o braço a torcer. Para quem ficar curioso, Austin usou sua própria voz para cantar enquanto Elvis é jovem. Para as canções da época de Las Vegas em diante, a voz dele foi mixada com a de Elvis. Com certeza, Austin foi a melhor escolha. Muitos inclusive preveem uma possível indicação ao Oscar. Pode ser que sim ou não, mas com certeza seria merecido.