O Chamado, em especial a cena final de Samara saindo da TV, foi um dos momentos mais assustadores que vi no cinema. Quando penso em uma cena que me deu medo, é a primeira que me vem à mente. O filme, versão de um grande sucesso japonês, era estrelado por Naomi Watts, e foi um grande sucesso em 2002. Custou 48 milhões e rendeu quase 250 no mundo inteiro. A sequência de 2005, também com Naomi, não foi tão bem sucedida nem em matéria de sustos, nem em retorno de dinheiro, rendeu 160 milhões. Por isso, demorou mais de 10 anos para que produzissem outra sequência, O Chamado 3, que estreou esta semana nos cinemas.
Trata-se de uma sequência também, mas fica claro que para os roteiristas e para o diretor F. Javier Gutierrez a sequência de 2005 nunca existiu. Até porque a a história da origem de Samara, explicada naquele filme, foi completamente mudada aqui. A história se passa nos dias atuais, e eles até tem uma interessante explicação sobre como o vídeo cassete, que era um personagem importante nos dois outros filmes, é incluído numa história que se passa nos dias de hoje. Aqui, a jovem Julia (Matilda Lutz) fica intrigada quando seu namorado, Holt (Alex Roe, de A 5ª Onda), que se envolve numa situação com uma amaldiçoada fita de vídeo, que faz a pessoa que a assiste morrer em sete dias. Ela se sacrifica para salvar a vida dele e acaba fazendo uma descoberta terrível: há um “filme dentro do filme” que ninguém jamais viu antes.
O filme ficou dois anos pronto esperando para ser lançado. E ele tem um problema. Não é um filme de terror como os outros dois. Não me assustei em momento algum, mas é um razoavelmente eficiente suspense. A primeira parte, no avião, tem um clima incrível, pena que não leve isso para o resto do filme. Os atores são fraquinhos, mas não incomodam, Johnny Galecki, de The Big Bang Theory, não tem muito a fazer a não ser mostrar um olhar de enfado, e Vincent D’Onofrio vem repetindo o que vem fazendo em todos os filmes e séries nos últimos tempos.
Ou seja, nada especial, mas não é um desastre que se poderia esperar. O filme teve uma estreia simultânea com os Estados Unidos, onde deve terminar o fim de semana em primeiro lugar nas bilheterias.