Talvez você não tenha a menor ideia de quem são estes dois. Ou como fã de cinema, pelo menos já tenha ouvido falar deles. E um número ainda menor talvez tenha tido a oportunidade de assistir a alguns de seu filmes. Mas o cinema tem muito a agradecer a dois aniversariantes deste dia. Orson Welles completaria 100 anos hoje enquanto Rodolfo Valentino faria 120. A influência de ambos na história do cinema é inegável.
Rodolfo ficou conhecido como o primeiro símbolo sexual da história, ainda na época do cinema mudo. Estrelou vários filmes como Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, A Dama das Camélias e Paixão de Bárbaro , todos de 1921. Mas ele realmente conquistou as mulheres com personagens sensuais e arrebatadores em Sangue e Areia (1922) e O Filho do Sheik (1926), lançado na época de sua morte, aos 31 anos, devido a uma infecção generalizada após uma operação. Hoje em dia , o tipo de atuação dele, comum na época, com gestos exagerados e muita maquiagem, pode até parecer engraçada. Mas naquele tempo, as mulheres simplesmente enlouqueceram. Mais de 80 mil pessoas (em 1926!!!) estiveram em seu funeral em Nova York e foi seguido de uma série de suicídios de mulheres desesperadas.
Ele teve duas biografias importantes no cinema. A primeira de 1951 com Anthony Dexter, muito parecido mas que depois nunca fez mais nada importante, chamada Rodolfo Valentino. A segunda é de 1977, chamada Valentino – O Idolo, o Homem, foi dirigida por Ken Russell. No papel principal estava o bailarino Rudolph Nureyev.
Já Orson Welles, foi sem sombra de dúvida, o homem mais brilhante do cinema. Com todos os prós e contras que este título pode sugerir. Tinha um gênio terrível mas um talento enooorme. Depois de chocar o mundo com uma transmissão pelo rádio de A Guerra dos Mundos de H.G.Wells, quando as pessoas realmente pensaram que a terra estava sendo invadida por marcianos, estreou no cinema com seu primeiro longa, dirigido e estrelado por ele, Cidadão Kane (1941). Até hoje é considerado o melhor filme já feito. É realmente uma lição de cinema, impecável .
Depois de dirigir o também brilhante Soberba (1942), ele fez aquele que eu acho ser o seu ponto alto como ator, Jane Eyre (1943). Também gosto muito de sua atuação em O Amanhã é Eterno(1946), especialmente nas cenas com a garotinha Natalie Wood. Como ator/diretor também teve outros grandes momentos como em A Dama de Shangai, ao lado de sua esposa na época, Rita Hayworth, e A Marca da Maldade (1958).
Também adoro sua atuação como Big Daddy em O mercador de Almas (1958), com Paul Newman. No ano seguinte, ele chegou a dividir o prêmio de melhor ator em Cannes com Bradford Dillman e Dean Stockwell por Estranha Compulsão (ótimo!). Depois disso, fez muitos filmes mas pouca coisa significativa. Se dedicava a seus shows de mágica e a emprestar sua voz inigualável a narrações. Pena!
Não conheço uma biografia de cinema sobre a vida completa de Orson Welles (teria que ser uma minissérie!!). Mas existem alguns filmes sobre episódios específicos, tendo Welles como personagem. Gosto muito de Eu e Orson Welles (2008), com Zac Efron, Claire Danes e Christian McKay , perfeito como Orson. Mas há ainda Fade to Black (2008), onde Orson (Danny Huston) banca o detetive em Roma; O Poder vai Dançar (1999), dirigido por Tim Robbins, sobre a tentativa de Orson (Angus MacFadyen) de montar um musical contra tudo e todos; o telefilme The Night that Panicked America (1975) sobre o episódio de A Guerra dos Mundos, com Paul Shenar como Orson e ainda RKO 281, que conta os bastidores sobre a luta de Orson (Liev Schreiber, de Ray Donavan) para fazer Cidadão Kane a sua maneira.
E os fãs de cinema continuam agradecendo!