Muito tem se falado atualmente sobre esse novo momento da mulher no cinema. Semana passada, por exemplo, foi confirmado que Sandra Bullock, Cate Blanchett e Anne Hathaway vão liderar uma espécie de spin-off de Onze Homens e um Segredo, grande sucesso com George Clooney, Brad Pitt e Matt Damon. No atual sucesso, Esquadrão Suicida, o melhor personagem é o de uma mulher, a enlouquecida Harley Quinn (Margot Robbie), que irá ganhar um filme solo no futuro. Aliás, tanto a DC Comics, que está por trás de Esquadrão Suicida, quanto a Marvel, já anunciaram que vão se render ao “girl power” (finalmente) e irão ter super-heroínas nos papeis principais de aventuras próximas. A DC chega primeiro com a mais famosa delas. O filme da Mulher Maravilha vai estrear no ano que vem. Já a Marvel, que nunca se interessou em fazer um filme solo da Viúva Negra (Scarlett Johansson), anunciou com toda a pompa e circunstância na última Comic-Con, que Brie Larson será a Capitã Marvel, em 2019.
Isso é mais uma amostra que passo a passo as coisas podem estar mudando, já que segundo um estudo feito pelo Center for the Study of Women in Television and Film da San Diego State University, demonstrou que os filmes estrelados por mulheres cresceram 10 % em 2015 quando comparado com o ano anterior. Foram analisados 2500 filmes. É um número pequeno, mas representa um grande salto já que foi um ano que teve Rey (Daisy Ridley) em Star Wars: O Despertar da Força, a Furiosa de Charlize Theron em Mad Max: Estrada da Fúria, sem contar Katniss e Tris, personagens das franquias famosas de Jogos Vorazes e Divergente.
Mas na TV, ao contrário, as mulheres dominam fortes em papéis que atingem as mais diversas faixas etárias e gêneros. A última temporada deu adeus a algumas grandes, como Alicia Florrick (The Good Wife) e Kate Beckett (Castle), só para citar duas. Mas outras estarão de volta, como por exemplo, Sarah Jessica Parker será uma mulher que passa por um divórcio na nova série da HBO, Divorce, que vai estrear em setembro. Também foi anunciado que a nova série Star Trek: Discovery, que estreará em janeiro, terá uma capitã.
Só que as séries que conhecemos, que estão na TV e nos serviços de streaming, já tem grandes personagens femininas. Aqui vai uma lista com algumas (há muitas mais), na verdade, as que julgo as mais importantes. É só escolher a primeira e começar sua lista de maratonas:
Ninguém fez mais para promover as protagonistas femininas do que Shonda Rhimes, a “dona” das noites de quintas nos Estados Unidos. Ela é a criadora da cirurgiã Meredith Grey (Grey’s Anatomy), da “resolvedora de problemas” Olivia Pope (Scandal), da advogada/professora Annelise Keating (How to get Away with Murder) e agora, a mais fraquinha delas, a detetive Alice Vaughan (Mireille Enos) em The Catch. Todas poderosas, com coadjuvantes igualmente fortes. Todas as séries de Shonda são exibidas no Brasil no canal Sony.
https://www.youtube.com/watch?v=35wlkanEYcs
Nas séries sobre política, elas também têm força. Em House of Cards (Netflix), Robin Wright – que publicamente exigiu que seu salário fosse igualado ao de seu parceiro Kevin Spacey – é uma primeira-dama, que é tão ou mais dissimulada e maquiavélica do que seu marido, o presidente. Já em Veep, Julia Louis-Dreyfus faz uma vice-presidente, que se transforma em presidente nessa divertida comédia da HBO. Ela é tão boa que leva praticamente todos os prêmios todos os anos.
Há também aquelas que vivem bem perto da linha de fogo. Carrie Mathison (Claire Danes), de Homeland, exibido no Fox +, é competente como agente da CIA, mas acaba sempre atraída pelo perigo nos lugares mais inóspitos do mundo. Olivia Benson está por aí há 17 temporadas no canal Universal com uma atuação sempre verdadeira de Mariska Hargitay investigando os crimes mais violentos em Law and Order: SVU. E, é claro, a Sarah de Orphan Black (BBC), que se vê no centro de uma conspiração, quando descobre que ela na verdade, é apenas mais uma de várias exatamente iguais. Um maravilhoso trabalho de Tatiana Maslany.
Ao contrário do cinema, as super-heroínas já estão por aí, brigando e chutando os bandidos há algum tempo. Na melhor tradição da Mulher Maravilha de Lynda Carter, que, aliás participará da próxima temporada, a Supergirl deu uma grande oportunidade para as meninas sentirem-se poderosas. A série é exibida na Warner, que também tem Arrow e Legends of Tomorrow, com outras super-heroínas famosas, além de Felicity, é claro! E não se pode esquecer a grande Defensora, Jessica Jones, que teve uma incrível primeira temporada na Netflix.
Mas é claro que não pode se falar de poder feminino, sem mencionar Game of Thrones (HBO) e suas maravilhosas mulheres. A rainha Cersei, a indomável Arya, a cerebral Sansa, a valente Brienne, a bruxa Melisandre, a esperta Margaery ( Natalie Dormer),a velhinha mais inteligente Oleanna Tyrell, além, é claro, da Khaleesi, mãe dos Dragões, a primeira de seu nome, e mais um infindável número de títulos, Daenerys Targaryen. Todas elas têm o poder! E a audiência aplaude!!