Como sempre digo, sou grande fã de Robin Wright. Acho que é uma atriz corajosa, que se joga de cabeça em seus papéis. Mesmo quando faz uma personagem aparentemente fria, você pode ver através de seus olhos o turbilhão de emoções que está se passando em sua mente. Se Hitchcock fosse vivo, Robin com certeza seria a sua musa. Seu último ato inesperado é O Congresso Futurista, que estreia em poucas salas de cinemas do país. E como sempre, está maravilhosa.
Não é um filme fácil, é bom que isso esteja claro! Robin faz o papel de Robin Wright, uma atriz que chegou aos seus quarenta anos, tem dois filhos e começou sua carreira com um grande sucesso chamado A Princesa Prometida. Mas depois deixou de fazer papéis que poderiam tê-la transformado em super estrela para participar de filmes menores mas que falavam mais perto de seu coração bem como cuidar da família. Ou seja, é ela mesma. Pode haver coisa mais difícil para uma atriz, especialmente uma tão privada como Robin fazer algo assim?
Baseado no livro de Stanislaw Lem, segue a história de Robin, que recebe uma proposta que mudará sua vida através de seu agente (Harvey Keitel). Ela será totalmente digitalizada e tudo será feito pelo seu avatar. Ganhará uma enorme quantidade de dinheiro mas nunca mais poderá atuar, “pois este é o presente e não mais o futuro” conforme diz o presidente do estúdio (Danny Huston, ótimo). Como precisa de dinheiro para o tratamento do filho, Robin concorda. Vinte anos depois, ela aparece para participar de uma convenção onde todos são transformados em desenho animado.
Nesse momento, o diretor premiado de Valsa com Bashir, Ari Foulman, muda completamente a fórmula do filme, seguindo para uma aventura alucinada (e alucinógena!) que em algumas ocasiões faz recordar o desenho Heavy Metal (lembram?). É um desafio e tanto. A parte inicial em live action foi perfeita e me deixou completamente envolvida com a história. A segunda, mais longa, em desenho, achei extensa demais. Algumas vezes, a história ficou difícil de acompanhar. Mas isso não tira o mérito do filme. Também é interessante prestar (muita) atenção para não perder referências feitas a vários personagens, atores e filmes (a melhor é a de Tom Cruise).
Mas tudo é muito mais interessante por causa de Robin Wright – Cate Blanchett chegou a ser cogitada para o papel. Profunda e total entrega da atriz. Também pelas participações muito especiais dos outros atores. Além de Harvey e Danny, Paul Giamatti também tem cenas muito emocionantes como o médico do filho de Robin. Já Jon Hamm infelizmente só aparece em desenho (sim, é uma pena!). Mas vale conhecer esta experiência cinematográfica. É algo que você nunca viu igual.
Eliane Munhoz
Eduardo Pepe
28 de março de 2014 às 10:49 pm
Parece muito interessante!
Liliane Coelho
28 de março de 2014 às 10:50 pm
Eu acho que foi esse filme que ganhou o prêmio de melhor animação européia do ano passado.
Eliane
29 de março de 2014 às 6:59 pm
Isso mesmo,Liliane. Além disso, o diretor Ari Folman também ganhou o prêmio da crítica no Festival Internacional de Cinema da Catalunha.