Creio que nunca tive uma experiência como essa. Na sessão para imprensa de O Conto, que vai ser exibido na HBO, a partir das 22 horas, olhei para os colegas jornalistas presentes, e a expressão de todos era de puro choque, uma reação nada surpreendente em vista da história que era apresentada. Para quem não ouviu falar do filme, ela conta a experiência de uma mulher de seus 40 anos, que recebe da mãe textos que escreveu quando tinha 13 anos e relatava detalhes sobre seu relacionamento com seus dois treinadores de equitação. O filme envolve você de maneira contundente nessa história. E com certeza você não ficará indiferente a ela. Portanto, prepare-se! É forte!
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Tudo é ainda mais chocante porque é baseado numa história real, que virou livro escrito por Jennifer Fox, que também dirigiu o filme -brilhantemente é preciso ressaltar. O filme acompanha simultaneamente a trajetória de Jenny (Isabelle Nélisse), de 13 anos, desde o início de seu envolvimento com Bill (Jason Ritter) e Mrs. G (Elisabeth Debicki), e da já adulta Jennifer (Laura Dern), que se lembra daquela situação como um relacionamento consensual com Bill, mas aos poucos vai percebendo o que realmente aconteceu. Seu encontro com o Bill já velho – última atuação de John Heard, já visivilmeente debilitado – é outra cena de destaque.
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A manipulação da menina pelos dois adultos é realmente difícil de ver. A forma como a mãe (feita pela sempre maravilhosa Ellen Burstynn) percebe como faltou com seu apoio nesse momento da vida da filha, é igualmente angustiante. E, é claro, Laura Dern, atriz tão premiada, está intensa e perfeita. Ela inclusive está indicada ao Emmy como melhor atriz de filme para TV. Mesmo já tendo ganhado o prêmio no ano passado – como coadjuvante por Big Little Lies – posso dizer que ela é a favorita, com uma possível grande concorrência de Regina King por Seven Seconds, já disponível na Netflix. O filme também concorre ao prêmio.
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É um filme difícil de ver, mas extremamente bem feito e correto. Ao final há um aviso de que nenhum menor de idade esteve presente em cenas mais fortes, tendo sido substituídas por dublês adultos. Isso fica claro na cenas, mas não atrapalha cena alguma. Muito pelo contrário. Dá um suporte à mensagem muito poderosa do filme. Para quem tem filhas, é ainda mais difícil de ver. Mas extremamente importante!
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