Filmes sobre grandes desastres reais têm dois ingredientes básicos, que mexem com o público. Primeiro, o suspense. Você sabe que algo vai acontecer, e só fica esperando quando literalmente a coisa vai explodir. E, é claro, há a emoção. Assim como Os 33, sobre os mineiros chilenos, que também foi lançado este ano, Horizonte Profundo: Desastre no Golfo, que entrou essa semana em cartaz nos cinemas, também emociona. Afinal, tudo aquilo aconteceu com pessoas verdadeiras, por pura incompetência e/ou ambição desmedida.
A maioria deve se lembrar daquela plataforma de petróleo que explodiu há alguns anos, liberando óleo que ficou poluindo todo o Golfo do México por quase três meses. Aqui, o filme começa a contar o que aconteceu para resultar naquela explosão, com a chegada de uma equipe de manutenção ao local, com destaque para Mike Williams (Mark Wahlberg, também produtor). Ele e Jimmy Harrell (Kurt Russell) são as vozes da experiência em termos de segurança, que acabam não sendo ouvidos por um funcionário da empresa, que pressiona todos para aumentar a produção. E, como a gente sabe, o desastre acontece.
O filme tem bons efeitos, e atinge em cheio o público masculino, que se identifica com o heroísmo e amizade entre aqueles homens. O diretor Peter Berg vem se especializando nessa linha. Mesmo não sendo um grande diretor (algumas cenas são confusas), ele vem conseguindo construir uma carreira e criar uma “marca registrada” – recentemente foi o responsável por Battleship: A Batalha dos Mares e O Grande Herói, este último também estrelado por Mark Wahlberg. Além dele e de Kurt Russell, o filme ainda tem no elenco John Malkovich, Dylan O’Brien, Gina Rodriguez e Kate Hudson. Aliás, ela tem uma linda cena com Kurt, seu padrasto na vida real. Foi a primeira vez que os dois atuaram juntos. Na foto abaixo, os dois estão na pré-estreia do filme no Festival de Toronto.
A emoção continua com as fotos dos homens, que realmente passaram por todo aquele inferno. E ainda o que aconteceu com os envolvidos e com a empresa responsável. Como sempre nesses casos, muito pouco. O que nos deixa com um certo amargor quando deixamos a sala de cinema.