Algumas pessoas reclamam desse tipo de filme que recria acontecimentos que estão tão próximos em nossa memória. É o caso daqueles sobre as Torres Gêmeas, sobre a Guerra do Iraque e o mesmo acontece agora com O Dia do Atentado, que fala sobre os acontecimentos pré e pós os atentados da maratona de Boston, que aconteceram em 2013. Eu discordo. Creio que é uma boa oportunidade de conhecer mais, ainda mais nos dias de hoje, onde tudo acontece de forma tão rápida. E O Dia do Atentado, que estreia esta semana, é um bom filme, que balanceia de maneira muito eficiente o drama, a ação e o suspense.
O filme segue as histórias dos heróis cotidianos como o sargento de polícia, Tommy Saunders (Mark Wahlberg), que está de serviço cuidando da segurança da Maratona de Boston quando os irmãos Tsarnaev soltam suas bombas na linha de chegada num ato de terrorismo. No caos que se segue, Saunders e seus companheiros tem que juntar forças com o FBI, comandado pelo Agente Especial Richard Deslauriers (Kevin Bacon) para saber o que aconteceu e quem foram os responsáveis. Enquanto o cerco se fecha, os irmãos resolvem fugir de Boston, só que no meio do caminho haverá um confronto sangrento que ficará para sempre na história da cidade e do país.
O problema é que muitas vezes o drama ainda está muito vivo na mente de algumas pessoas. E nesse caso, o filme não foi bem de bilheteria nos Estados Unidos. Custou 45 milhões de produção e rendeu 31. No exterior, não foi diferente. Depois de estrear em 50 países, o filme rendeu pouco mais de 15 milhões de dólares. É realmente uma pena, pois O Dia do Atentado tem uma excelente produção, e bons atores. Além de veteranos como John Goodman, J.K. Simmons e Kevin Bacon, o filme ainda apresenta jovens talentos em papéis muito diferentes dos quais estamos acostumados. Eu, por exemplo, demorei para perceber que Katherine, a esposa de um dos terroristas, era Melissa Benoist, a lindinha Supergirl, que tem uma cena forte de interrogatório. E o caçula dos irmãos terroristas é Alex Wolf, irmão de Nat, de Cidades de Papel. Está bem diferente do bom garoto grego de Casamento Grego 2.
O certo é que o filme, como cinema, como história, com o talento envolvido (até Mark Wahlberg está razoavelmente bem), merecia um resultado melhor. É impossível não se emocionar com o final, com os depoimentos reais (se prepare para chorar). Como será que os produtores de Stronger, outro filme baseado nos fatos acontecidos em Boston, estão se sentindo com esses resultados de bilheteria na mão? Stronger é estrelado por Jake Gyllenhaal como uma das vítimas, e está programado para ser lançado em setembro nos Estados Unidos.