No último domingo, Paul Giamatti e Da Vine Joy Randolph foram premiados como ator e atriz coadjuvante respectivamente, no Globo de Ouro 2024, por Os Rejeitados. O filme estreia nessa quinta nos cinemas. É uma homenagem do diretor Alexander Payne para os filmes dos anos 70, desde os logos, até a forma de apresentar os créditos, bem como a granulação típica da fotografia da época. É um belo trabalho, pena que um pouco mais longo do que deveria.
No filme, Paul Hunham (Paul Giamatti) é um professor altamente impopular da Barton Academy, o internato em que trabalha. Enquanto alunos e professores voltam para as suas casas nas festas de fim de ano, o Sr. Hunham deverá ficar responsável pelos estudantes que precisam ficar no colégio no feriado. Durante a tarefa, ele precisa lidar especialmente com Angus (Dominic Sessa), um adolescente rebelde.
O que achei?
É preciso avisar com antecedência que, apesar de Os Rejeitados ter concorrido no Globo de Ouro como comédia, ele é bem dramático. Trata de três pessoas tristes e “rejeitadas” que passam as festas de final de ano. O professor tem uma mágoa de uma vida que poderia ter sido muito diferente. Inclusive quando encontra um amigo dos tempos de colégio, mente descaradamente. O garoto enfrenta a falta do pai, e o abandono da mãe que foi viajar sem ele , ao lado de seu atual marido. E por fim, a responsável pela cozinha do internato, que perdeu o filho no Vietnã. OU seja, apesar de fazer rir diversas vezes, é bem dramático em outras. Especialmente porque os três personagens são bem infelizes.
Eu gostei especialmente do charme do tipo de história que pouco se vê atualmente. É claro que há uma certa lembrança de todos os filmes que já vimos sobre a convivência de professor e aluno, que acaba mudando a vida de ambos – e foram muitos! Há inteligência e emoção na história de Os Rejeitados – só que com suas duas horas, acaba sendo um pouco mais longo do que deveria. Provavelmente a parte da convivência breve entre os cinco alunos poderia ser eliminada. Até porque apresenta conflitos de alguns deles (o choro na cama, a luva no lago), e logo esses personagens desaparecem (ou seja , os conflitos não tinham razão de existir para a audiência).
Todos os três atores são muito bons. Mas confesso que fiquei esperando a “cena de Oscar” de Da Vine (especialmente porque ela está despontando como favorita). Não teve, entretanto ela tem bons momentos – bem diferente de Only Murders in the Building, onde faz a policial. O jovem Dominic Sessa funciona, mas o filme é mesmo de Paul Giamatti. Ele é um ator que sempre convence e entrega um bom trabalho. Não é diferente aqui. Deverá estar entre os cinco finalistas do Oscar – mas confesso que não está num nível de DiCaprio, Bradley Cooper e Colman Domingo (se qualquer um desses ganhar , estará ok no meu ponto de vista).
PS – E não é possível deixar de falar de Carrie Preston, ótima como a secretária, amiga do professor. Ela é sempre sensacional.