Eu realmente não conhecia (ou não lembrava) dos fatos reais nos quais o filme é baseado. Portanto fui assistir Sem Evidências, que estreia este fim de semana nos cinemas, sem saber muito bem o que esperar. Já desde o primeiro momento já fica claro que o filme será pesado e denso. Com uma atuação forte de Reese Whiterspoon como a mãe de um dos meninos desaparecidos, traz momentos em que as cenas provocam choque e um nó na garganta.
Numa cidade pequena no interior dos Estados Unidos em 1993, três meninos desaparecem depois de serem vistos entrar numa mata. A cidade toda é mobilizada e a polícia acaba encontrando os três corpos. A partir daí, uma verdadeira caçada começa, que acaba chegando a três jovens amigos, que estariam envolvidos com rituais satânicos. Mas um investigador, Ron Lax (Colin Firth), acha que tem algo errado nessa história e começa a ajudar os advogados de defesa. Enquanto isso, a mãe de uma das vítimas começa a descobrir alguns detalhes horripilantes dentro de sua própria casa.
Sempre falei num tom de piada que depois de ver tantos filmes e séries, nunca me aventuraria por uma cidade pequena dos Estados Unidos. Isso continua a ser comprovado com este filme. Segredos, preconceitos, injustiças estão presentes em cada momento e situação do filme. Chega a ser revoltante. A história já havia sido contada na forma de documentário em Paradise Lost 3: Purgatory, indicado ao Oscar, e em West of Memphis, com produção executiva de Peter Jackson.
Apesar de contar um fato importante que deve ser conhecido, com momentos emocionantes e chocantes, o filme é um pouco repetitivo, se tornando cansativo para o público acostumado com produções da mesma linha com um ritmo mais intenso. Vários atores conhecidos fazem participações: Stephen Moyer, Dane DeHaan, Elias Koteas, Mirelle Enos, Bruce Greenwood. Todos tem uma ou outra cena forte para ficar na memória.
O personagem de Colin Firth, apesar de real, parece um pouco deslocado nas cenas. Suas trocas de olhares com o personagem de Reese soam forçadas e fora da realidade do resto do filme. De qualquer maneira, vale por Reese (mais gordinha pois estava grávida do último filho), na sua melhor atuação dos últimos anos. Repare na cena onde ela começa a arrancar os cabelos! Ela já vale o filme.
Eliane Munhoz